Bolsonaro recebe Curió, símbolo de assassinatos e tortura na ditadura
(Redes Sociais)
Jair Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira 4/V, no Palácio do Planalto, o tenente-coronel reformado do Exército Sebastião Curió, conhecido como "Major Curió". Ele já foi denunciado seis vezes pelo Ministério Púlico Federal (MPD) por participar de assassinatos e sequestros de militantes da esquerda na região do Araguaia nos anos 1970. A informação foi publicada originalmente por Rubens Valente no UOL.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) incluiu Curió em seu relatório final, em 2014, como um dos 377 agentes do Estado brasileiro que praticaram crimes contra os direitos humanos. O resumo da comissão descreveu que o coronel "esteve vinculado ao Centro de Informacões do Exército (CIE), serviu na região do Araguaia, onde esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram".
Lembra Rubens Valente: "em 2009, em entrevista ao jornalista Leonêncio Nossa, que depois lançaria um livro sobre Curió, "Mata!" (Cia das Letras, 2012), o militar reconheceu e apresentou documentos que indicaram a execução de 41 militantes da esquerda quando eles já estavam presos e sem condições de reação. Um total de 67 militantes participou da guerrilha, que foi massacrada em sucessivas operações desencadeadas pelo Exército no sul do Pará e norte do atual Estado de Tocantins".
O encontro, divulgado por um dos filhos do militar, não constava da agenda oficial de Bolsonaro.