Brito contesta a teoria do "vazamento venezuelano"
As geografia não permite...
publicado
09/10/2019
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As manchas de petróleo já atingiram 105 praias na costa do Nordeste (Créditos: Adema/Governo do Estado de Sergipe)
O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, em seu Tijolaço, a propósito das manchas de petróleo que, desde o início de setembro, surgiram na costa do Nordeste brasileiro - e que, segundo análises preliminares, teria origem na Venezuela:
Claro que a origem do óleo que está dando às praias nordestinas precisa de uma investigação.
Mas tem jornal, como o Estadão, que está engolindo uma “geografia com partido” para dizer que o óleo, por sua densidade , seria venezuelano.
Muita calma nessa hora.
Este blogueiro aqui, além de prestar atenção nas suas aulas de ginásio e curso técnico, também é filho de um professor de geografia “fissurado” por mapas.
Então, tomou a primeira providência de olhar o mapa das correntes marítimas do Nordeste brasileiro, para recordar que ali passa a Corrente Equatorial, que “lambe” a costa nordestina e se encaminha para o Caribe, onde ajuda a formar a Corrente do Golfo.
Portanto, o óleo para vir da Venezuela teria de andar na “contramão” da corrente do mar.
Poderia?
Improvável, mas admissível se houvessem condições de vento que o empurrassem.
Acontece que os ventos dominantes na região, alísios, também seguem no mesmo sentido da corrente.
É tão idiota dizer que vem da Venezuela quanto dizer que vem do Golfo do México, porque mar e vento levariam o óleo em sentido oposto.
Pode ter vindo de um navio petroleiro venezuelano? Pode, ainda mais porque a maioria deles é operado por companhias europeias ou em conjunto com a Petrochina e parte deles está sendo devolvida por conta das sanções norte-americanas.
Mas também pode ser de qualquer outro, de qualquer nacionalidade , circulando pelo Oceano Atlântico, entre a América e a África.
Poluição marinha e costeira não pode ser instrumento de exploração político-ideológica.
O óleo da Chevron que vazou na Bacia de Campos não foi uma conspiração ianque, foi fruto da imprudência e desídia da Chevron ao economizar etapas na perfuração de um poço.
Quem se deixa embarcar em vazamento “ideológico” é quem já tem a mente inapelavelmente poluída.
Reprodução/Tijolaço
Mas tem jornal, como o Estadão, que está engolindo uma “geografia com partido” para dizer que o óleo, por sua densidade , seria venezuelano.
Muita calma nessa hora.
Este blogueiro aqui, além de prestar atenção nas suas aulas de ginásio e curso técnico, também é filho de um professor de geografia “fissurado” por mapas.
Então, tomou a primeira providência de olhar o mapa das correntes marítimas do Nordeste brasileiro, para recordar que ali passa a Corrente Equatorial, que “lambe” a costa nordestina e se encaminha para o Caribe, onde ajuda a formar a Corrente do Golfo.
Portanto, o óleo para vir da Venezuela teria de andar na “contramão” da corrente do mar.
Poderia?
Improvável, mas admissível se houvessem condições de vento que o empurrassem.
Acontece que os ventos dominantes na região, alísios, também seguem no mesmo sentido da corrente.
É tão idiota dizer que vem da Venezuela quanto dizer que vem do Golfo do México, porque mar e vento levariam o óleo em sentido oposto.
Pode ter vindo de um navio petroleiro venezuelano? Pode, ainda mais porque a maioria deles é operado por companhias europeias ou em conjunto com a Petrochina e parte deles está sendo devolvida por conta das sanções norte-americanas.
Mas também pode ser de qualquer outro, de qualquer nacionalidade , circulando pelo Oceano Atlântico, entre a América e a África.
Poluição marinha e costeira não pode ser instrumento de exploração político-ideológica.
O óleo da Chevron que vazou na Bacia de Campos não foi uma conspiração ianque, foi fruto da imprudência e desídia da Chevron ao economizar etapas na perfuração de um poço.
Quem se deixa embarcar em vazamento “ideológico” é quem já tem a mente inapelavelmente poluída.
Reprodução/Tijolaço
Em tempo: segundo a Veja, o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco não confirmou que o petróleo encontrado nas praias seria da Venezuela.
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