Brizola de 1961 fala pelo Ciro e o Dino de 2015
Lemyr, a Rolleiflex e a História !
Lemyr Martins publica no caderno Aliás, do Estadão, nesse domingo 13/12 notável artigo.
"1961 esta noite".
Ele reconta a luta para dar posse a Jango e a construção da Rede da Legalidade de Brizola.
Lemyr é um excelente repórter, com quem tive a honra de conviver, na Abril, eu na Veja do Mino Carta, quando se podia dizer, na frente de senhoras honradas "eu trabalho na Veja", e ele na Placar em seu melhor momento, sob a regência do mestre Hedyl Valle Jr.
Lemyr era fotografo do gabinete do governador Brizola.
Essa foto do alto foi feita em Montevideu, quando o novo presidente, a caminho de Porto Alegre e de Brasilia, escrevia sua primeira mensagem aos brasileiros - nas costas do Lemyr: "Aos companheiros que lutam pela legalidade nos porões do (Palácio) Piratini (onde Brizola instalou a Rede), um abraço do Jango".
Depois, como se sabe, segundo o historialista dos chapéus, Jango caiu porque gostava de pernas: de coristas e de cavalos.
Hoje, é mesmo Golpe e Golpistas mais mediocres que os de 1961 - sempre pode piorar!
Imagine, amigo navegante, colocar Lacerda ao lado do dos chapéus e do Ataulpho.
O Corvo não merece!
Em 2015, o governador Flavio Dino e Ciro Gomes lançaram uma nova Rede da Legalidade, #Golpenuncamais, no Facebook.
Lemyr se lembra de Ciro.
Com razão.
Ciro se reencontrou com Brizola e entrou no PDT.
De onde, como disse ao Conversa Afiada, pode se lançar à Presidência.
O PDT pode ser saneado, dedetizado e honrar a memoria de Brizola.
Os Cristovãos Buarques, os Miros da Globo e os Taques, governador de Diamantino, mereceram ser expelidos, em nome da pureza !
Bravo, Lemyr !
Após Jango chegar a Porto Alegre e render-se ao parlamentarismo, o movimento da Legalidade esfriou nas ruas. Mas esquentou no Palácio. “Vamos evitar uma guerra fratricida”, ele disse, ao certificar-se de que a emenda à Constituição de autoria do deputado gaúcho Raul Pilla, engavetado no parlamento desde a Constituinte de 1946, tinha sido aprovada às pressas pelo Congresso, sob pressão dos militares para limitar os poderes do novo presidente.
A decisão de Jango de não resistir decepcionou Brizola. As discussões ríspidas entre os cunhados ecoou na ala residencial do Palácio Piratini. Foram bate-bocas acalorados, próximos do rompimento. Jango aceitou o arranjo político e viajou para Brasília na companhia de Tancredo Neves, enviado dos militares a Porto Alegre, para costurar o acordo.
Embarquei no Caravelle que levou Goulart à capital federal e fui fotografando os murmúrios de Jango e Tancredo Neves, sentados nas primeiras poltronas do avião. Jamais esquecerei a passividade com a qual Jango ouvia de Tancredo, seu futuro primeiro-ministro, as condições impostas pelos militares à sua posse.
Em Porto Alegre, Brizola encerrava a Rede da Legalidade com um alerta: “Os golpistas não desistiram, deram uma trégua. Mas continuarão conspirando contra o Jango. O povo brasileiro deve ficar em alerta para que a democracia não seja golpeada”. Ele sabia o que dizia. E hoje, 54 anos depois, sou capaz de ouvi-lo em alguns momentos em que Ciro Gomes abre a boca.
LEMYR MARTINS É JORNALISTA E FOTÓGRAFO. CATARINENSE DE MAFRA, TEM 78 ANOS E TRABALHOU NO JORNAL DA TARDE, NO ESTADO, NAS REVISTAS PLACAR E QUATRO RODAS. COBRIU SEIS COPAS DO MUNDO E 304 GPS DE FÓRMULA 1
Paulo Henrique Amorim