Carvalho: indulto de Bolsonaro e de seu ministro lambe-botas conforta policiais assassinos
(Crédito: José Cruz/Agência Brasil)
A coluna de Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminal que presidiu a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (2001-2004), na Folha de S.Paulo deste sábado 28/XII traz algumas reflexões interessantes sobre o indulto natalino concedido por Jair Bolsonaro a policiais condenados por crimes culposos (ou seja, supostamente sem a intenção de matar). Ao menos, segundo o colunista, o decreto "não alcança os criminosos hediondos (assassinos, torturadores) que o desejo mais íntimo de Jair Bolsonaro gostaria de favorecer".
"Jair Bolsonaro e Sergio Moro (responsável técnico pelo estrambótico decreto) subvertem o caráter genérico do indulto (...) e emitem sinais de simpatia e conforto para a legião de policiais e milicianos habituados a agir à margem da lei. É mais um estímulo do governo federal para tiroteios temerários, balas perdidas e salvamento dos que 'dão azar' e matam inocentes", diz a coluna.
Carvalho Filho também fala especificamente sobre "o ministro lambe-botas da Justiça e Segurança Pública", que não deve ter lido como Dostoiéviski descreveu a brutalidade que caracteriza o regime prisional russo no século XIX:
"Moro (a mais influente personalidade do Brasil), esperto e demagogo, é um homem iletrado. Aposto que nunca leu a tradução (do francês) de Rachel de Queiroz da preciosa narrativa de Dostoiévski, publicada em 1952, pela editora José Olympio, sob o título 'Recordações da Casa dos Mortos' (...) Destituído de sentimentos humanistas, Moro, mesmo que tenha lido o livro que ganhará nova e festejada versão em português, não é capaz de compreendê-lo", finaliza.
Leia a íntegra da coluna na Folha de S.Paulo.
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