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CBF faz milagre para curar o pezinho do Neymar em 24h

RMP: cadê o Tite? Cadê o médico? Ah, se não vencer amanhã...
publicado 21/06/2018
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Neymar deixa o treino mancando na terça-feira 19/VI; 24h depois, reaparece como se nada tivesse acontecido... (Fotos: Reuters e Nelson Almeida/AFP)

O Conversa Afiada reproduz do Jornal do Brasil artigo de Renato Mauricio Prado:

A seleção do release


Um dia depois de Neymar deixar o treinamento manquitolando, o médico Rodrigo Lasmar apareceu? Não! E o técnico Tite? Também não! Tudo que se soube da seleção brasileira veio através das imagens da TV CBF, ou seja, através de releases eletrônicos. Inicialmente, cenas do treino no qual o camisa 10 aparece se movimentando, aparentemente, sem dor. Horas mais tarde, numa entrevista (?) na qual o jogador diz que está bem, que jogará e que o Brasil vai se recuperar. Ponto final.

Se o treinador tivesse dado as caras, teria sido válido lhe perguntar se não valeria a pena poupar o principal jogador de uma partida contra o adversário mais fraco do grupo. Ou ao menos deixá-lo no banco, para ser utilizado somente em caso de necessidade. Ele não teme que novas bordoadas possam tirá-lo da última rodada, na qual se definirão os classificados e quem será primeiro e segundo do grupo? Seriam questionamentos válidos e suas respostas poderiam ser esclarecedoras.

Se o médico não se escondesse, seria muito interessante saber se as várias pancadas que deixaram o tornozelo de Neymar dolorido e inchado não afetaram em nada a região do quinto metatarso, operado por ele. E também que tratamento milagroso foi esse, que permitiu que um jogador que mancava e fazia caras e bocas de dor, na véspera; no dia seguinte, se mostrar lépido e fagueiro, num treino com bola.

Enfim, quando não há o contato direto da imprensa com a seleção, tudo vira uma espécie de mundo róseo e virtual, no qual não há questionamentos nem dúvidas. O problema é que amanhã, quando a bola rolar, a partida terá que ser vencida no mundo real. E não há release que dê jeito nisso, se o Brasil jogar mal, como na estreia diante da Suíça. (...)