Ciro defende manifestos e critica postura de Lula: "se ele não for a estrela central, nada presta"
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O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) comentou, em entrevista à Folha de S.Paulo nesta quinta-feira 11/VI, sobre as suas divergências com Lula e o PT em relação aos manifestos em defesa da democracia.
Ao dirigir a pergunta a Ciro, o repórter Joelmir Tavares afirmou: "Lula disse que os manifestos exprimem uma visão da elite e desconsideram o trabalhador". Ao que Ciro respondeu:
"Isso é uma bobagem. O que explica o Lula é que, se ele não for a estrela central, nada presta. Nós já perdoamos essas baboseiras do Lula a vida inteira. Isso encheu. Nunca mais. Ele falou também que não vai assinar um papel já assinado por gente que pecou pelo golpe [impeachment de Dilma Rousseff]. Ora, o Lula se esqueceu que naquela caravana ele estava com [os senadores] Renan Calheiros e Eunício Oliveira? Não foi o Senado que fez o impeachment?".
Ciro também voltou a dizer que não é o momento de ir às ruas contra Jair Bolsonaro. "Tenho respeito e gratidão por aqueles que se propõem a correr o risco de se contaminar e de ser ferido por uma parte da polícia arbitrária que está a serviço do bolsonarismo. Mas, como homem público, tenho responsabilidade. Não está na hora de ir para a rua, mas a hora chegará", disse Ciro.
Ele, no entanto, reforçou seu apoio ao impeachment de Bolsonaro. "Na minha opinião, essa é a saída que a democracia brasileira infelizmente terá que tentar mais uma vez. Impeachment não é remédio para governo ruim, é punição para presidente criminoso. As condições jurídicas estão evidenciadas nas representações do PDT e de outros partidos. Há crime de responsabilidade quando ele atenta contra o regular funcionamento das instituições, confronta a autonomia da federação, aparelha órgãos públicos", afirmou.