Começa a se romper a cadeia da Lava Jato
De amigo navegante especialista em cadeias punitivas e produtivas:
Sergio Moro arrisca-se a tomar outra cajadada dos desembargadores do TRF-4.
Soa como desafio sua decisão de manter Joao Vaccari trancafiado, depois de absolvido em segunda instância e sem provas para sustentar uma condenação posterior. Desafio a uma instância mais alta, embora menos midiática.
Quase um ano atrás, o mesmo TRF-4 deu a Moro licença para matar, pretextando que o juiz cuidava de “um caso excepcional”. Para matar petistas, naturalmente.
Graças aos métodos injurídicos, ilegais e imorais concedidos pela cegueira seletiva do Judiciário e pela blindagem da mídia, a República de Curitiba prestou relevantes serviços: derrubou a presidenta eleita, prendeu dirigentes do PT, levou Lula ao banco dos réus.
Está de bom tamanho para um magistrado de província arvorado em juiz universal.
Mas algo está começando a mudar na cadeia produtiva da Lava Jato; e alguns elos começam a se libertar dos comandos de Curitiba e da Rede Globo.
Desembargadores e ministros dos tribunais superiores sabem que as lambanças de Curitiba serão inexoravelmente desmanchadas no curso dos processos; embora tarde demais para os inocentes e mais tarde ainda para punir os verdadeiros bandidos.
Sabem, e sabem mais que nós, com quantas nulidades Curitiba reproduziu os Processos de Moscou.
É hora, portanto, de cuidar da biografia e deixar a política e as instituições seguirem seu curso.
Hora de começar a corrigir abusos, absolver inocentes -- quem sabe até punir os falsos delatores e seus cúmplices?
Por que um dia o devido processo legal vai cobrar os erros e nulidades e não será bom figurar aos lados dos que erraram e abusaram.
Muito menos figurar, aos olhos da História, ao lado de quem instalou uma quadrilha no Planalto, destruiu setores inteiros da economia, entregou o patrimônio nacional e levou o desemprego a 14 milhões de lares brasileiros.