Contra massacres com armas, Bolsonaro quer mais armas
Créditos: Aroeira
Na tarde de sábado (3/VIII), um atirador deixou vinte mortos em um supermercado em El Paso, Texas, nos Estados Unidos.
Segundo a CNN, o criminoso é um supremacista branco: escreveu um "manifesto" racista, anti-imigração, e o publicou na internet vinte minutos antes de cometer o massacre.
Poucas horas depois, um novo ataque, em Dayton, Ohio, causou a morte de nove pessoas.
Os dois ataques, somados, deixaram 29 mortos e 52 feridos.
As armas utilizadas nos ataques - um fuzil AK-47 no Texas e uma AR-15 em Ohio - foram compradas legalmente.
Em Roma, o Papa Francisco lamentou os "ataques contra pessoas indefesas" nos EUA.
Reação diferente teve o presidente Jair Messias.
Na manhã de domingo (4/VIII), ao falar com jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada (trata-se de um novo hábito do presidente... Estaria ele imitando as entrevistas de Donald Trump no gramado da Casa Branca?), Bolsonaro aproveitou a chance para lembrar que tem amor às armas:
"Lamento, já aconteceu no Brasil também. Lamento. Agora, não é desarmando o povo que você vai evitar isso aí. O Brasil é, no papel, extremamente desarmado e já aconteceu coisa semelhante aqui no Brasil", disse o Jair Messias.
Reprodução: G1
Em tempo: sobre o comentário bolsonário, Fernando Brito, em seu Tijolaço, explica:
(...) Verdade. Já aconteceu aqui, já aconteceu no civilizadíssimo Canadá. Uma vez em cada país este ano e, aqui, claro, não levando em conta os massacres policiais. Também aconteceu no México, três vezes. E, certamente, em outros países, basta procurar os dados.
Nos Estados Unidos da “Armérica” foram apenas 294!
Com mais de 300 mortos e cerca de mil feridos, como você vê no (...) Mass Shooting Tracker, que tem links para cada episódio de tiroteios, ocorridos este ano e envolvendo pelo menos quatro pessoas.
Nem sempre se pode evitar a ação de loucos ou de sociopatas, mas não ter armas circulando à vontade ajuda em muito a reduzir a ocorrência destas monstruosidades. (...)
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