Coordenador do MTST é assassinado pela PM de Minas
Protesto de militantes do MTST contra o assassinato de Daniquel (Crédito: MTST)
Nota oficial divulgada nesta quinta-feira 5/III pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST - Daniquel Oliveira do Santos, coordenador da Ocupação Fidel Castro, foi covardemente executado por policiais militares na madrugada desta quinta-feira, 5 de março, em Uberlândia, Minas Gerais. Daniquel, que era o responsável pela infraestrutura da ocupação organizada pelo MTST há três anos na região, foi atingido por um tiro na nuca depois de subir em um poste de uma das casas do terreno ocupado.
A Polícia Militar mineira alega que Daniquel portava uma arma no momento de sua morte, o que, além de mentira, trata-se da tentativa de justificar a sua execução e criminalizar o movimento do qual Daniquel fazia parte.
Em resposta, os moradores da Ocupação Fidel Castro bloquearam a BR-050, rodovia federal, durante a manhã desta quinta. O protesto foi duramente reprimido pela mesma Polícia Militar que executou nosso companheiro, com bombas e balas de borracha, deixando mais três pessoas feridas.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto expressa o seu mais profundo repúdio diante deste ato de barbárie cometido por agentes de segurança pública. É inadmissível que um trabalhador brasileiro, militante pelo direito básico à moradia digna, seja assassinado de maneira tão cruel e fria pelo estado — e a pouco mais de uma semana de a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes completar dois anos sem esclarecimentos.
Por trás dessa execução — mais uma por parte das polícias que tanto sangue derramam impunemente nas periferias brasileiras — também há a política de criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, levada a cabo pelo governador mineiro Romeu Zema, do Partido Novo.
Não é com um tiro na nuca que irão interromper a luta do povo brasileiro. Daniquel era e sempre será exemplo para os lutadores e lutadoras sem-teto, por sua dedicação à luta e à coletividade. Milhares de militantes como ele seguirão em frente, para que essa injustiça jamais seja esquecida.