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Coronavírus: Bolsonaro desrespeita ministro da Saúde

E aí, Mandetta, vai continuar?
publicado 25/03/2020
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Orientação a ser seguida é a do presidente

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a desautorizar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), na manhã desta quarta-feira (25/III).

Em entrevista na porta do Palácio do Alvorada, Bolsonaro afirmou que a orientação para combater a pandemia provocada pelo coronavírus será o isolamento vertical, apenas para idosos e pessoas com comorbidades (outras doenças).

A decisão contraria as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial de Saúde).

"Conversei por alto com o Mandetta ontem (terça-feira). Hoje vamos definir essa situação. Tem que ser, não tem outra alternativa", disse Bolsonaro. "A orientação vai ser vertical daqui para frente. Eu vou conversar com ele e tomar a decisão", confirmou.

A maioria dos países tem adotado o chamado isolamento horizontal, uma medida que vale para todos. 

Crítica a governadores

Na entrevista, o presidente voltou a criticar as ações de combate ao coronavírus feitas por prefeitos e governadores.

"Certas autoridades estão tomando medidas além da normalidade. São verdadeiros donos dos estados e municípios. Proibindo tráfego de pessoas, de rodovias, fechando empresas e comércio", criticou.

Para acrescentar: "Rio e São Paulo estão fazendo demagogia junto a isso. Se colocam como Messias. Fazem política o tempo todo. Não é esse o caminho que o Brasil deve seguir".

Risco de caos

Bolsonaro justificou o seu pronunciamento ontem, que foi alvo de críticas, com o temor do Brasil viver um período de caos.

"Temos 38 milhões de autonômos no Brasi que não estão ganhando
os seus salários. Na CLT, as empresas não estão produzindo nada e não têm como pagar o seu pessoal. Se a economia colapsar, não vai ter dinheiro para pagar o servidor público. Com todo em casa, vai ser o caos", disparou.

O presidente afirmou ter medo que ocorra manifestações, como no Chile, e que a esquerda volte ao poder.