Coronavírus: obscurantismo de Bolsonaro perde espaço
A narrativa do bolsonarismo sobre a pandemia do coronavírus já não tem a mesma força de outras ocasiões.
O número de mortes e as milhares de pessoas infectadas desconstruíram o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o coronavírus se tratava de uma "gripezinha".
“A realidade se impõe às narrativas”, diz Felipe Nunes, professor de ciência política da UFMG e diretor da consultoria Quaest, especializada em pesquisas de opinião e nas redes sociais, em entrevista à revista Veja.
De acordo com um levantamento da Quaest, Bolsonaro é o segundo em um grupo de dezoito líderes globais que mais perderam popularidade nos canais digitais entre fevereiro e março. O presidente brasileiro só fica atrás de Donald Trump.
“A base de Bolsonaro continua sólida, mas ele perdeu a oportunidade de crescer com o discurso de união e isolamento, usado por outros líderes mundiais”, avalia Maurício Moura, presidente do instituto Ideia Big Data, também em entrevista à Veja.
Embora Bolsonaro ainda conte com a aprovação de um contingente fiel, 33% da população, uma pesquisa Datafolha feita entre os dias 1º e 3 de abril mostra arranhões em sua popularidade — a reprovação cresceu de 33% para 39%, e 17% dos eleitores que apontaram seu nome na urna em 2018 se mostram arrependidos do voto