Covid-19: Pazuello diz que testagem não é essencial e que Brasil é exemplo para o mundo
(Najara Araújo/Câmara dos Deputados)
O suposto ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, minimizou em entrevista à Veja publicada nesta sexta-feira 17/VII a importância de fazer testagem em massa da população para conhecer o avanço da Covid-19.
"Não [é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento", disse o militar.
Ele também revelou detalhes de sua conversa com Gilmar Mendes, dias depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) criticar a ocupação militar no Ministério da Saúde.
"Ele me ligou, eu não pude atender, mas retornei depois a ligação. Foi uma conversa tranquila. Eu disse a ele: 'o senhor não tem culpa alguma de ter informações tão truncadas a ponto de fazer tal declaração. Se o senhor quiser saber exatamente como é, vem me visitar'. Ele concordou e disse para nós conversarmos. Se ele entender que tem de conhecer o ministério, verificar o trabalho que estamos fazendo e assim mesmo achar que é um genocídio, é direito dele. Mas faço questão de mostrar tudo. Ele vai ver, inclusive, que não existe militarização do ministério", disse Pazuello.
Questionado sobre como será registrada no futuro a passagem do novo coronavírus pelo Brasil, o general respondeu: "nós fazemos sempre consultas com comitês internacionais, e o que dizem é que a gente está com o protocolo número 1. O Brasil vai ser um exemplo positivo para o mundo. Usamos o que tem de mais moderno. Criamos critérios técnicos e seguimos em cima deles. Vamos ganhar essa guerra".