Dallagnol se recusou a receber prêmio com Bolsonaro em 2016
(Reprodução/Redes Sociais)
Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa (sic) da Operação Lava Jato, recusou convite para receber um prêmio em 2016 ao lado do então deputado Jair Bolsonaro e "outros radicais de Direita".
Esse é o novo capítulo da Vaza Jato, divulgado pelo UOL em parceria com The Intercept Brasil na manhã desta quarta-feira, 14/VIII.
Vale lembrar que mesmo antes dessa notícia, Dallagnol foi atacado por setores do bolsonarismo. No fim de semana, o próprio perfil oficial de Bolsonaro havia compartilhado postagem que chamava Deltan de "esquerdista tipo PSOL".
O prêmio que seria entregue a Dallagnol era o "Liberdade 2016". A cerimônia aconteceu durante o Fórum Liberdade e Democracia, organizado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo, em 22 de outubro daquele ano.
Veja um resumo deste novo episódio da Vaza Jato:
- em 5 de outubro de 2016, Dallagnol publicou no grupo Filhos do Januário 1, que reunia procuradores do MPF-PR no Telegram: "Vou receber [o prêmio] porque me parece positivo para a LJ, mas vou pedir para ressaltarem de algum modo, preferencialmente oifical, que entregam a mim como símbolo do trabalho da equipe";
- em 19 de outubro, um assessor da força-tarefa aconselhou Dallagnol, em chat privado, a não participar do evento, para evitar que sua imagem se associasse à de Bolsonaro: "vc vai mesmo no evento deles neste sábado? Com Bolsonaro como palestrante? por favor, repense... por favorzinho.... tudo o que vc e a FT não precisam é serem "associados" ao Bolsonaro. é a mesma coisa que receber prêmio do Foro de BSB. estou quase implorando..."
- no dia seguinte, Dallagnol voltou ao grupo de procuradores e escreveu: "Caros, apenas FYU [para conhecimento], estou cancelando a ida para o prêmio à FT em SP por revisão da recomendação da ASCOM após sair a programação do evento, que tem perfil mto de direita, com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um vereador de SP que foi um dos líderes do impeachment. Indicarei Roberto Livianu [que entragarai o prêmio] ou Thamea como representantes da FT para receber o prêmio".
Além de Bolsonaro, estiveram no prêmio outras figuras da Direita brasileira, como Fernando Holiday e Ana Amélia.
O promotor Roberto Livianu de fato recebeu o prêmio em São Paulo e até compartilhou imagem no Twitter.
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