Defender AI-5 é "liberdade de expressão", Bolsonaro?
Uma demonstração da liberdade de expressão, em foto de Evandro Teixeira (Reprodução: Memorial da Democracia)
Na noite desta segunda-feira 2/XII, na mesma entrevista à RecordTV em que afirmou que se enganou sobre a boa índole de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o direito de seu ministro Paulo Guedes e seu filho Eduardo Bolsonaro fazerem declarações sobre o AI-5 e outros atos repressivos da ditadura militar.
"Eu entendo isso como liberdade de expressão, nada mais além disso. O fato de citar o AI-5, coisa que existia na Constituição passada, eu não vejo nada demais", afirmou o Jair Messias.
Na segunda-feira 25/XI, em uma coletiva de imprensa, Paulo Guedes insinuou sobre a possibilidade de um novo AI-5 como uma reação do governo Bolsonaro contra eventuais protestos populares de grandes proporções no Brasil.
Segundo Bolsonaro, foi tudo um mal-entendido: Guedes citou o Ato Institucional no5 "num contexto de descambar o Brasil, aqui, não para movimentos sociais e reivindicatórios, mas para algo parecido com terrorismo, como vem acontecendo no Chile"...
No final de outubro, o filho 03 do Jair Messias, deputado Eduardo Bolsonaro, também ameaçou um novo AI-5.
À RecordTV, Bolsonaro afirmou que tanto seu filho quanto seu ministro poderiam ter usado "outra expressão" - entretanto, disse não ver razão para "tanta pressão em cima dos dois"...
Em tempo: em abril deste ano, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) propôs uma alteração no Código Penal para criminalizar a apologia da tortura e defesa do Golpe militar.