Delegada Erika (lembra dela?) processa blogueiro
Eduardo Mauat da Silva (E) e Erika Marena (D): os dois delegados da PF ajuizaram ações contra o blog do Marcelo Auler (Créditos: Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress e Reprodução/RPC/G1)
Do Blog do Marcelo Auler:
Questionado, DPF Mauat, ex-Lava Jato, processa o Blog
Quase dois anos (vinte e um meses) após incitar a sociedade a questionar autoridades e seus superiores sobre um possível desmonte da Força Tarefa da Lava Jato, o delegado federal Eduardo Mauat da Silva ajuizou ação de indenização por danos morais contra o Blog, em função de postagem sobre essa sua iniciativa.
O incitamento se deu por meio de vídeo veiculado pela página do movimento Nas Ruas. Nele, referindo-se à decisão que determinou que reassumisse seu posto na Delegacia de Polícia Federal em Santa Cruz do Sul (RS), Mauat conclamou a sociedade a questionar e criticar possíveis ameaças ao desmonte à Força Tarefa da Lava Jato. Apesar de tal conclamação, diante de um questionamento feito pelo Blog que não mereceu qualquer resposta dele nem de seus superiores, ele preferiu recorrer a uma ação judicial. Vinte e um meses depois, repita-se.
Os questionamentos apresentados na postagem Delegado Eduardo Mauat: foi por ideologia ou pelas diárias? (07/07/2016) são apontados pela advogada Márcia Eveline Mialik Marena na ação ajuizada (íntegra abaixo) como ofensa direta ao delegado “no seu íntimo, na sua dignidade moral, na sua honra e caráter”. Por conta das alegadas injúria, calúnia e difamação, ela cobra do editor do Blog a indenização máxima permitida em Juizado Especial: 40 salários mínimos (R$ 37.480).
Desta vez, pelo menos, Márcia Eveline não recorreu ao pedido de censura do Blog, tal como fez – e conseguiu – em duas outras ações. A primeira, movidas junto aos 8º Juizado Especial de Curitiba, foi em nome de sua irmã, a delegada Erika Mialik Marena. No 12º Juizado Especial daquela mesma cidade, o processo eram em nome do delegado Mauricio Moscardi Grilo. A censura imposta ao Blog pelas ações de Márcia Eveline foram noticiadas em Justiça retira matérias do blog e proíbe falar do DPF Moscardi.
A proibição da veiculação de oito matérias falando de Moscardi caducou quando a juíza Vanessa Bassani, 44 dias após conceder a liminar censurando o Blog, extinguiu a ação, em 13 de junho de 2016. Fez isso ao descobrir um erro formal da advogada, que apresentou comprovante de endereço em bairro fora daquela jurisdição, como narramos em Cai parte da censura ao blog: DPF Moscardi erra e juíza extingue processo.
Já a censura que nos foi imposta pela ação da delegada Érika Mialik, determinada pelo juiz Nei Roberto de Barros Guimarães, em 30 de março de 2016, foi derrubada na terça-feira passada (05/06/2018) pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Na sessão, por três votos a dois, acataram a Reclamação apresentada pelo Blog, como noticiado em STF cassa censura da delegada Érika ao Blog.
A delegada Érika, em sua passagem por Florianópolis (SC), comandou a Operação Ouvidos Moucos na qual prendeu o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Foi uma operação com final trágico pois, em consequência de sua prisão, o ex-reitor se suicidou, em 2 de outubro passado. Atualmente superintendente do DPF em Sergipe, Érika ainda move mais duas ações contra o editor deste Blog. Nenhuma patrocinada por sua irmã. Ambas a cargo do escritório Nelson Wilians & Advogados Associados, de Brasília.
Ação não contesta fatos
A nova ação apresentada por Márcia Eveline (Nº 9001100-64.2018.8.21.0026) foi protocolada em 4 de abril, no Juizado Especial Cível Adjunto de Santa Cruz do Sul – cidade distante 150 quilômetros de Porto Alegre. Como exige o rito dos Juizados Especiais, o editor do blog e o advogado Antonio Carlos Porto Júnior, do Escritório de Direito Social, em Porto Alegre, que assumiu a causa “pro bono”, ou seja, gratuitamente, participaram, em 17 de maio, de uma audiência para se tentar uma conciliação que não houve. No próximo dia 19, novamente em Santa Cruz do Sul, autor e réu estarão apresentando suas defesas e, certamente, sendo interrogados.
Leia mais em www.marceloauler.com.br.
Em tempo: a dra. Erika Marena é uma das responsáveis pela Operação Ouvidos Moucos - que, com seus métodos abusivos, teria levado ao suicídio o reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, o Cau. O desembargador Lédio Andrade, amigo de Cau, falou à TV Afiada sobre as sórdidas circunstâncias.
Em tempo²: não deixe de assistir ao vídeo "Ninguém vai pagar pela morte do Reitor Cancellier!"