Brasil

Você está aqui: Página Inicial / Brasil / Delegado Reinaldo não faz patranha

Delegado Reinaldo não faz patranha

Se há um Reinaldo é outro...
publicado 06/04/2017
Comments
Filme.jpg

O Lula do filme feito para ferrar o Lula... (Crédito: Zero Hora)

O Conversa Afiada reproduz carta que o delegado federal Reinaldo Cesar Sobrinho enviou ao deputado Wadih Damous, que, nessa quinta-feira 6/abril, encaminhou à Procuradoria Geral da República denúncia contra a patranha - ou promiscuidade - da assim chamada Força Tarefa de Curitiba com um ignoto produtor de filme para ferrar o Lula e a memória de D. Marisa:

Senhor Deputado WADIH DAMOUS,

No próximo ano, completo 20 anos na Polícia Federal.

Ao longo desse período todo, não conheci nenhum delegado que tivesse nome idêntico ao meu.

Nem mesmo quando fui presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF, lembro-me de ter avistado um homônimo na corporação.

Meu nome, “REINALDO”, assim mesmo, com “i, e não com y”, não é um nome comum, embora também não seja raro.

Fui assim registrado, conhecido e batizado, por decisão do meu querido e saudoso pai, que quis homenagear seu irmão.

Ontem, ilustres deputados do PT – entre os quais, Vossa Excelência – com muita legitimidade, no pleno exercício do mandato parlamentar e em nome das lideranças politicas que emanam, questionaram em entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara dos Deputados, as circunstâncias e condições da produção do filme “A Lei é para Todos”.

Ocorre que, em dado momento, Vossa Excelência afirmou que “o diretor-geral da PF instou um delegado de nome REINALDO para ajudar no patrocínio do filme”, o que levou à inevitável conclusão de que alguém teria sido designado para captar recursos financeiros para a produção.

Como sou lotado na Superintendência da PF no Paraná, de imediato associou-se meu nome à essa afirmação lançada por Vossa Excelência.

A uma, porque meu nome é REINALDO, talvez único assim conhecido na PF; e, a duas, porque trabalho na Superintendência da PF no Paraná, onde ocorreram locações e tomadas cinematográficas para o filme, segundo consta.

Muito rapidamente, em respeito à Vossa Excelência, mas também pelas obrigações que me são impostas pela minha condição de servidor do Estado brasileiro, devo registrar que:

1.     Não tenho, nem nunca tive, qualquer vínculo, de qualquer natureza e a qualquer título com a produção do referido filme;

2.     Não conheço, nunca estive, nem nunca conversei com absolutamente ninguém da produção, direção, ou mesmo atores;

3.     Não tenho a mínima ideia do contexto em que se deu o financiamento da produção do filme;

4.     Não tenho qualquer atividade vinculada à força-tarefa da Lava Jato, nem ocupo qualquer chefia ou função na PF;

5.     Não integrei, em nenhum momento, qualquer função de assessoria do atual diretor-geral da PF, durante a sua longeva gestão, nem fui por ele nomeado para qualquer posto de chefia no órgão;

6.     Não privo da amizade e do convívio com o diretor-geral da PF, embora tenha pelo mesmo um obsequioso respeito, por ser chefe da instituição à qual pertenço;

7.     O último contato que tive com o diretor-geral LEANDRO DAEILLO COIMBRA foi em Setembro de 2014. Depois disso, nunca mais falei com o diretor-geral da PF, seja pessoalmente, por telefone, mensageria ou qualquer outro meio.

Acompanho e admiro não somente o trabalho parlamentar exercido por Vossa Excelência, como também sua sólida formação jurídica e seu histórico de aguerrido defensor das franquias da dignidade humana e do Estado Democrático de Direito.

Assim, fico à vontade para expressar a Vossa Excelência o meu profundo sentimento de perplexidade com a menção ao meu nome.

Estou certo que Vossa Excelência fez referência ao meu nome, apenas por ter recebido alguma informação. Truncada, errônea, injusta, permita-me.

Viver essa situação de absoluto nonsense, de ver meu nome ser referido sem que eu tenha qualquer relação com os fatos e afastado que sou do diretor-geral da PF, isso tudo às vésperas do meu aniversário, me faz recordar que, uma vez mais a vida imita a arte.

 No famoso romance, Joseph K., também por ocasião de seu aniversário, precisou se explicar, sobre coisas das quais nada sabia, sobre as quais não tinha sequer vaga ideia ou a mais tênue relação, sem saber a quem recorrer e com quem se informar.

Com o devido respeito, peço-lhe que seu senso de justiça e de homem público íntegro e equilibrado, possa corrigir a informação que prestou à imprensa, afastando, por completo, meu nome de tais fatos.

Reinaldo de Almeida Cesar Sobrinho

Delegado de Polícia Federal