Dias e Temer: o morto e o demagogo
MT, Primo, Careca, Santo e Botafogo... timaço!
publicado
27/01/2017
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O Conversa Afiada tem o raro prazer de republicar da Carta Capital antológica abertura da seção "Rosa dos Ventos", do suave e letal Mauricio Dias:
É fácil identificar Michel Temer no velório do ministro Teori Zavaski. É aquele que projeta a mão sobre o caixão e capricha na expressão de tristeza a exemplo semelhante ao que fez quando, protegido por grande aparato de segurança, compareceu à cerimônia fúnebre dos jogadores da Chapecoense, mortos também em acidente de avião. Mas não é só.
Por descuido dos assessores manifestou-se, com atraso de quatro dias, sobre a violência no presídio, em Manaus, com número elevado de detentos assassinados pelas facções criminosas. Fato desastradamente chamado por Temer de “acidente”.
São três episódios funestos em pequeno espaço de tempo. Eles revelam, no entanto, o objetivo político de Temer. Ou, vá lá, eleitoral, se o eleitor for bobo.
Acuado no Palácio da Alvorada onde fica com a família, e no Palácio do Planalto onde despacha, valeu-se da tragédia para mostrar a cara aos brasileiros e, com isto, tentar alavancar a baixíssima popularidade. Ele tenta encontrar, e continuará tentando, alguma coisa parecida com a legitimidade essencial que não possui: o voto.
Este sonho Impossível levou Temer ao velório do ministro Teori que, após a morte tornou-se um herói brasileiro. Pelo menos na imaginação do juiz Sergio Moro ao discursar no velório.
Implicado na Operação Lava Jato por suspeita de receber propinas Temer era um provável réu de Teori, um juiz no qual o Brasil confiava e alguns outros, por razões pessoais, desconfiava.
Em torno do falecido foram fotografados oportunistas sem toga. A maioria deles temente aos togados por estarem incluídos na Lava Jato. É o caso dos ministros Eliseu Padilha, o “Primo” e José Serra, o “Careca”. Apareceram por lá também Geraldo Alckmin, o “Santo” e Rodrigo Maia, o “Botafogo”.
Não é incomum a solidariedade fingida. É raro, no entanto, um grupo de políticos notórios velarem um morto do qual não se gosta. Inegável demagogia. Exige para tanto frieza e arte.
Temer tentou pegar carona no assustador combate travado entre detentos no presídio de Alcaçuz, em Manaus, chamado por ele de “acidente pavoroso”. Despertou tarde demais.
Para salvar a pele e as aparências valeu-se da convocação das Forças Armadas. Uma decisão tomada por sugestão atribuída a Ayres Brito, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, ou, talvez, movido por estultice do ministro da Defesa Raul Jungmann.
O Exército, apesar dos 21 anos de ditadura militar, é uma das instituições de maior credibilidade dos brasileiros. Por isto, reage a atividade não prevista na constituição. É o caso de agora.
Em certos momentos a criminalidade pode causar comoção social. Não é o caso de agora. A situação neste momento está circunscrita à esfera policial. É tarefa da PM e não do Exército.
Por descuido dos assessores manifestou-se, com atraso de quatro dias, sobre a violência no presídio, em Manaus, com número elevado de detentos assassinados pelas facções criminosas. Fato desastradamente chamado por Temer de “acidente”.
São três episódios funestos em pequeno espaço de tempo. Eles revelam, no entanto, o objetivo político de Temer. Ou, vá lá, eleitoral, se o eleitor for bobo.
Acuado no Palácio da Alvorada onde fica com a família, e no Palácio do Planalto onde despacha, valeu-se da tragédia para mostrar a cara aos brasileiros e, com isto, tentar alavancar a baixíssima popularidade. Ele tenta encontrar, e continuará tentando, alguma coisa parecida com a legitimidade essencial que não possui: o voto.
Este sonho Impossível levou Temer ao velório do ministro Teori que, após a morte tornou-se um herói brasileiro. Pelo menos na imaginação do juiz Sergio Moro ao discursar no velório.
Implicado na Operação Lava Jato por suspeita de receber propinas Temer era um provável réu de Teori, um juiz no qual o Brasil confiava e alguns outros, por razões pessoais, desconfiava.
Em torno do falecido foram fotografados oportunistas sem toga. A maioria deles temente aos togados por estarem incluídos na Lava Jato. É o caso dos ministros Eliseu Padilha, o “Primo” e José Serra, o “Careca”. Apareceram por lá também Geraldo Alckmin, o “Santo” e Rodrigo Maia, o “Botafogo”.
Não é incomum a solidariedade fingida. É raro, no entanto, um grupo de políticos notórios velarem um morto do qual não se gosta. Inegável demagogia. Exige para tanto frieza e arte.
Temer tentou pegar carona no assustador combate travado entre detentos no presídio de Alcaçuz, em Manaus, chamado por ele de “acidente pavoroso”. Despertou tarde demais.
Para salvar a pele e as aparências valeu-se da convocação das Forças Armadas. Uma decisão tomada por sugestão atribuída a Ayres Brito, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, ou, talvez, movido por estultice do ministro da Defesa Raul Jungmann.
O Exército, apesar dos 21 anos de ditadura militar, é uma das instituições de maior credibilidade dos brasileiros. Por isto, reage a atividade não prevista na constituição. É o caso de agora.
Em certos momentos a criminalidade pode causar comoção social. Não é o caso de agora. A situação neste momento está circunscrita à esfera policial. É tarefa da PM e não do Exército.
Em tempo: esse Bessinha... Já, já entra na lista da Interpol! - PHA