Dias: Temer atolou
A progressiva, inexorável deterioração do governo interino
publicado
03/06/2016
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Da Carta Capital:
Michel Temer atola
A progressiva, inexorável deterioração do governo interino que, para bem do Brasil, haveria de ser realmente provisório.
Lá se foram os 31 dias de maio, 19 deles sob a vigência do governo provisório de Michel Temer, iniciado no dia 12 deste mesmo mês. Nesse período, curtíssimo período, a administração do vice-presidente ganhou marcas notórias. A mais visível delas é o ressurgimento de um reacionarismo exasperado imposto pela base do Congresso. Mais precisamente, pelo emergente e poderoso “baixo clero”.
Essa é a linha divisória traçada entre a presidenta Dilma Rousseff e o vice Michel Temer.
A presença dela no governo abafava, tanto quanto possível, a influência conservadora do Congresso. Dilma impunha, em contraposição à maioria adversária, pautas atentas mais diretamente às questões sociais.
Na votação do impeachment na Câmara, ela pagou o preço por isso.
Com Temer, a roda passa a girar ao contrário. Ele segura a batuta. Muitas coisas, porém, são sopradas das coxias para o “maestro” por Eduardo Cunha, figura carimbada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro.
O governo temporário está atolado em problemas e em dilemas. Acovardado, joga todos os erros na conta de Dilma. Impiedosamente, mira sua fúria nos programas sociais. Desnorteado. Zureta. Suspeito.
As revelações despejadas das gravações clandestinas, produzidas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, expuseram a intensidade das relações promíscuas entre integrantes dos Três Poderes. Diálogos revelados pelos “grampos” de Machado comprovam com poucas palavras a trama do golpe, até agora vitorioso, para afastar Dilma e sufocar a Operação Lava Jato.
Por mais de 12 anos Machado abasteceu com dinheiro, muito dinheiro, as eleições das figuras mais importantes do PMDB. Mas atendia prioritariamente a Renan Calheiros, hoje presidente do Senado.
Essa corrupta barafunda projetou a cúpula do partido com Temer, Renan, Cunha e Jucá, entre outros, que têm sob controle a força majoritária do Congresso.
Michel Temer, presidente em exercício, acomoda-se bem a essa velha situação acondicionada em nova embalagem.
“O Michel é Eduardo Cunha”, diz num dos “grampos” o senador Romero Jucá, primeiro degolado do governo provisório. Oficialmente, Jucá perdeu o posto de ministro. Informalmente, mantém ainda forte influência junto ao provisório presidente da República.
Há um mar de lama controlado pelo PMDB. Sob as ordens dos peemedebistas funciona a força majoritária do Congresso, por sinal, o mais reacionário dos últimos 50 anos da República. Em poucas palavras, essa grande maioria repudia a luta ambiental, reage aos movimentos sociais e se lixa para os direitos humanos. Talvez até torça para que os indígenas saiam definitivamente de cena. Indícios existem nesse sentido.
O Diário Oficial da União do dia 2 de junho publicou a nova estrutura do Ministério do Esporte. Foi para o espaço a Coordenação-Geral de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Diversidades.
É mais um ataque aos projetos de inclusão social. Nesse caso, a secretaria foi extinta. Os indígenas sobrevivem.
A progressiva, inexorável deterioração do governo interino que, para bem do Brasil, haveria de ser realmente provisório.
Lá se foram os 31 dias de maio, 19 deles sob a vigência do governo provisório de Michel Temer, iniciado no dia 12 deste mesmo mês. Nesse período, curtíssimo período, a administração do vice-presidente ganhou marcas notórias. A mais visível delas é o ressurgimento de um reacionarismo exasperado imposto pela base do Congresso. Mais precisamente, pelo emergente e poderoso “baixo clero”.
Essa é a linha divisória traçada entre a presidenta Dilma Rousseff e o vice Michel Temer.
A presença dela no governo abafava, tanto quanto possível, a influência conservadora do Congresso. Dilma impunha, em contraposição à maioria adversária, pautas atentas mais diretamente às questões sociais.
Na votação do impeachment na Câmara, ela pagou o preço por isso.
Com Temer, a roda passa a girar ao contrário. Ele segura a batuta. Muitas coisas, porém, são sopradas das coxias para o “maestro” por Eduardo Cunha, figura carimbada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro.
O governo temporário está atolado em problemas e em dilemas. Acovardado, joga todos os erros na conta de Dilma. Impiedosamente, mira sua fúria nos programas sociais. Desnorteado. Zureta. Suspeito.
As revelações despejadas das gravações clandestinas, produzidas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, expuseram a intensidade das relações promíscuas entre integrantes dos Três Poderes. Diálogos revelados pelos “grampos” de Machado comprovam com poucas palavras a trama do golpe, até agora vitorioso, para afastar Dilma e sufocar a Operação Lava Jato.
Por mais de 12 anos Machado abasteceu com dinheiro, muito dinheiro, as eleições das figuras mais importantes do PMDB. Mas atendia prioritariamente a Renan Calheiros, hoje presidente do Senado.
Essa corrupta barafunda projetou a cúpula do partido com Temer, Renan, Cunha e Jucá, entre outros, que têm sob controle a força majoritária do Congresso.
Michel Temer, presidente em exercício, acomoda-se bem a essa velha situação acondicionada em nova embalagem.
“O Michel é Eduardo Cunha”, diz num dos “grampos” o senador Romero Jucá, primeiro degolado do governo provisório. Oficialmente, Jucá perdeu o posto de ministro. Informalmente, mantém ainda forte influência junto ao provisório presidente da República.
Há um mar de lama controlado pelo PMDB. Sob as ordens dos peemedebistas funciona a força majoritária do Congresso, por sinal, o mais reacionário dos últimos 50 anos da República. Em poucas palavras, essa grande maioria repudia a luta ambiental, reage aos movimentos sociais e se lixa para os direitos humanos. Talvez até torça para que os indígenas saiam definitivamente de cena. Indícios existem nesse sentido.
O Diário Oficial da União do dia 2 de junho publicou a nova estrutura do Ministério do Esporte. Foi para o espaço a Coordenação-Geral de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Diversidades.
É mais um ataque aos projetos de inclusão social. Nesse caso, a secretaria foi extinta. Os indígenas sobrevivem.