Doria defende David Uip e denuncia "milícias virtuais"
(Divulgação/Governo de SP)
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu nesta quarta-feira 8/IV a atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no combate ao coronavírus, e criticou o que chamou de "milícias virtuais" que atacam médios nas redes sociais, entre eles o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus no estado de São Paulo, David Uip, que se recuperou da Covid-19.
Nas redes, os bolsonaristas - e o próprio Jair Bolsonaro - atacam a privacidade do infectologista e perguntam se ele fez uso de cloroquina em seu tratamento.
"Peço respeito à medicina e aos médicos. Nossa guerra é contra o coronavírus. O ministro Mandetta vem cumprindo bem sua função como ministro da saúde. Não faz sentido atacar o médico David Uip, pelo dito gabinete do ódio. E nem o doutor Roberto Kalil. Por favor, respeitem os médicos e a medicina, os enfermeiros, aqueles que estão doando seu conhecimento e dedicação para ajudar as pessoas a manterem sua saúde", disse o governador em entrevista coletiva.
Mais cedo, o próprio Uip fez questão de rebater Jair Bolsonaro:
"Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o meu direito de não revelar o meu tratamento. Eu nunca revelei tratamento dos meus pacientes, eu nunca revelei doenças dos meus pacientes sem ser autorizado. Então, presidente, por favor, me respeite e respeite meu direito de privacidade. A minha privacidade foi invadida, a privacidade da minha clínica, que é uma clínica que lida com doentes sob sigilo absoluto, foi invadida. Tomarei as providências as medidas legais adequadas para essa invasão à minha privacidade e dos meus pacientes", disse o infectologista em entrevista coletiva.