Doria quer construir restaurante sobre o (fétido) Rio Pinheiros
Um "emoji" flutuante foi a estrela de um bem-humorado protesto contra a poluição no Rio Pinheiros, em março de 2018 (Reprodução: Rede Globo)
A despoluição dos rios Pinheiros e Tietê é uma promessa histórica dos governos de São Paulo.
O governador Luiz Antônio Fleury Filho, do PMDB, prometeu em 1993 que o Tietê estaria limpo até 2006, por exemplo.
O governo do Santo do Alckmin também sinalizou que o rio, que cruza a região metropolitana capital paulista de leste a oeste, estaria despoluído até 2020.
O atual governador João Doria, ex-prefake e ex-Bolsodoria, resolveu também embarcar nessa promessa: afirmou que vai limpar o Rio Pinheiros - uma espécie de esgotão que liga a represa Billings, na Zona Sul, ao Tietê - até 2022!
Em junho de 2019, Doria passeou de barquinho pelo rio e prometeu transformar um trecho da margem numa espécie de Puerto Madero - um bairro de Buenos Aires, historicamente tomado por armazéns portuários, que durante os anos 1990 foi reformulado e tornou-se uma importante área boêmia da capital argentina.
Para tanto, o governador prometeu privatizar a Usina Elevatória da Traição, uma estação de bombeamento próxima à estação de trem da Vila Olímpia, que serve para o controle de enchentes do sistema Tietê-Pinheiros.
Foto aérea da Usina da Traição. A mancha marrom é o Rio Pinheiros, mesmo... (Créditos: Pétria Chaves/Flickr)
A ideia é transformar o prédio da usina em um "espaço de lazer", com... Bares e restaurantes!
Segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo, Doria se reuniu nessa semana com empresários, secretários de seu governo e com o presidente da EMAE, a Empresa Metropolitana de Águas e Energia.
Mais de 290 indústrias e 700 mil moradores de São Paulo - tanto de áreas nobres quanto de ocupações irregulares - despejam esgoto diretamente no Rio Pinheiros. Isso equivale a, aproximadamente, 10.900 litros de dejetos por segundo.
É de abrir o apetite, governador!
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