Dos chapéus prepara um novo Youssef
Brito detona: é a credibilidade que se funda na própria roubalheira !
publicado
02/11/2015
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O Conversa Afiada reproduz texto de Fernando Brito, do Tijolaço:
Gaspari abre o jogo: prepara-se um novo Youssef
A coluna de Elio Gaspari, que é uma espécie de guru do pensamento da direita brasileira, explicita hoje [ontem, domingo (1)]o que este modestíssimo blog já registrara aqui, há quatro dias: prepara-se, com um picareta velho conhecido e sempre “aliviado” pela Polícia e pela Justiça, um novo “delator premiado”, cuja credibilidade, como a de Alberto Youssef, é fundada na sua própria e longa roubalheira.
Trechos de sua coluna de hoje [ontem], com meus parênteses e grifos:
“Se a juíza Célia Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília, estiver no mesmo caminho de seu colega Sergio Moro, a Zelotes se transformará numa Serra Pelada da corrupção. Ela foi o maior garimpo de ouro a céu aberto do mundo.”(…)
Em 2001, durante o tucanato, teve sua prisão pedida pelo Ministério Público, porém ela foi negada pela Justiça. Nessa época ainda não se popularizara a expressão “pixuleco”, mas no plantel dos mimados por APS estavam parlamentares, secretárias e até o motorista de um assessor do ministro da Fazenda (que tem nome, Pedro Malan, cujo assessor Hugo Braga tinha um motorista contratado por APS)).
Mudaram os ventos e, em 2006, APS aproximou-se de Fábio Luis da Silva, o Lulinha. Quando ia a Brasília, ele usava uma sala da empresa do doutor. (falta informar que, por servir de informante à Veja sobre este suposto inquilinato, o “Lulinha” o processou a Abril, o jornalista Alexandre Oltramari e o próprio APS, e obteve sua condenação de todos em segunda instância do TJSP). É dessa época o investimento da Telemar na empresa de jogos de Lulinha.
Se APS colaborar com as investigações, sua memória poderá causar um estrago em Brasília maior que o de qualquer similar da Lava Jato.
Claro que toda a picaretagem lobista deste APS que o fez velho conhecido da PF”não virá ao caso”, embora seja imensa, como registrava a Istoé, em fevereiro de 2004:
APS já foi considerado o lobista mais poderoso de Brasília. Chegou a ter 55 clientes (Carrefour, Pirelli, Johnson & Johnson, McDonald’s…), 60 funcionários e R$ 3 milhões de faturamento mensal, segundo as suas próprias contas. Tinha trânsito livre no plenário da Câmara Federal, por onde entabulava conversas de pé de ouvido brandindo uma credencial fornecida pelo deputado Arnaldo Faria de Sá. Há dois anos, no entanto, ele sofreu um revés e refugiou-se na parte mais escura das sombras brasilienses. Em outubro de 2001, vazou a informação de que APS teria uma fita em que funcionários do Ministério da Saúde tentavam extorquir um de seus clientes, o laboratório suíço Novartis. A história respingou no então ministro José Serra, que ordenou rigorosa investigação. A tal fita nunca apareceu.
Quem quiser conhecer as relações de APS com o demotucanato, clique aqui.
Se todo mundo que já recebeu ou conversou um picareta em Brasília for suspeito, eu também sou e boa parte da população da cidade o seria. Não faltam picaretas por lá, bem vestidos, bem postos e, em geral, com representação de algum setor econômico.
Mas, agora, tudo será apontado como suspeito e, pior, como razão suficiente para vasculhar cada pedaço da vida de Lula e de sua família, à procura de qualquer molécula de irregularidade.
Como este exemplo do empréstimo do BNDES à empresa do tal Bumlai, que existe, tem porte e uma atividade compatível com as linhas de crédito do banco e garantias à sua execução. E que “favorecimento”, se é o BNDES que pede a decretação da falência da empresa e a recuperação dos bens em garantia, aliás já negada uma vez pela Justiça?
Ou a vergonhosa matéria da Época, com base num vazamento criminoso dos “meritocratas” da Receita Federal, que pega as receitas – todas declaradas e com as empresas que pagaram por palestras de Lula – inclusive a Globo – e soma às despesas, para induzir ao leitor que o volume de movimentação financeira é o dobro. Algo como uma pessoa que ganha R$ 5 mil e gasta os mesmos R$ 5 mil ser apontada com um “movimento” de R$ 10 mil.
Não se vai enfrentar isso “provando a honestidade” de cada negócio, porque isso não tem fim. Até um dentista sem nota fiscal servirá.
O enfrentamento é político e tem de ser feito já.
Trechos de sua coluna de hoje [ontem], com meus parênteses e grifos:
“Se a juíza Célia Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília, estiver no mesmo caminho de seu colega Sergio Moro, a Zelotes se transformará numa Serra Pelada da corrupção. Ela foi o maior garimpo de ouro a céu aberto do mundo.”(…)
Em 2001, durante o tucanato, teve sua prisão pedida pelo Ministério Público, porém ela foi negada pela Justiça. Nessa época ainda não se popularizara a expressão “pixuleco”, mas no plantel dos mimados por APS estavam parlamentares, secretárias e até o motorista de um assessor do ministro da Fazenda (que tem nome, Pedro Malan, cujo assessor Hugo Braga tinha um motorista contratado por APS)).
Mudaram os ventos e, em 2006, APS aproximou-se de Fábio Luis da Silva, o Lulinha. Quando ia a Brasília, ele usava uma sala da empresa do doutor. (falta informar que, por servir de informante à Veja sobre este suposto inquilinato, o “Lulinha” o processou a Abril, o jornalista Alexandre Oltramari e o próprio APS, e obteve sua condenação de todos em segunda instância do TJSP). É dessa época o investimento da Telemar na empresa de jogos de Lulinha.
Se APS colaborar com as investigações, sua memória poderá causar um estrago em Brasília maior que o de qualquer similar da Lava Jato.
Claro que toda a picaretagem lobista deste APS que o fez velho conhecido da PF”não virá ao caso”, embora seja imensa, como registrava a Istoé, em fevereiro de 2004:
APS já foi considerado o lobista mais poderoso de Brasília. Chegou a ter 55 clientes (Carrefour, Pirelli, Johnson & Johnson, McDonald’s…), 60 funcionários e R$ 3 milhões de faturamento mensal, segundo as suas próprias contas. Tinha trânsito livre no plenário da Câmara Federal, por onde entabulava conversas de pé de ouvido brandindo uma credencial fornecida pelo deputado Arnaldo Faria de Sá. Há dois anos, no entanto, ele sofreu um revés e refugiou-se na parte mais escura das sombras brasilienses. Em outubro de 2001, vazou a informação de que APS teria uma fita em que funcionários do Ministério da Saúde tentavam extorquir um de seus clientes, o laboratório suíço Novartis. A história respingou no então ministro José Serra, que ordenou rigorosa investigação. A tal fita nunca apareceu.
Quem quiser conhecer as relações de APS com o demotucanato, clique aqui.
Se todo mundo que já recebeu ou conversou um picareta em Brasília for suspeito, eu também sou e boa parte da população da cidade o seria. Não faltam picaretas por lá, bem vestidos, bem postos e, em geral, com representação de algum setor econômico.
Mas, agora, tudo será apontado como suspeito e, pior, como razão suficiente para vasculhar cada pedaço da vida de Lula e de sua família, à procura de qualquer molécula de irregularidade.
Como este exemplo do empréstimo do BNDES à empresa do tal Bumlai, que existe, tem porte e uma atividade compatível com as linhas de crédito do banco e garantias à sua execução. E que “favorecimento”, se é o BNDES que pede a decretação da falência da empresa e a recuperação dos bens em garantia, aliás já negada uma vez pela Justiça?
Ou a vergonhosa matéria da Época, com base num vazamento criminoso dos “meritocratas” da Receita Federal, que pega as receitas – todas declaradas e com as empresas que pagaram por palestras de Lula – inclusive a Globo – e soma às despesas, para induzir ao leitor que o volume de movimentação financeira é o dobro. Algo como uma pessoa que ganha R$ 5 mil e gasta os mesmos R$ 5 mil ser apontada com um “movimento” de R$ 10 mil.
Não se vai enfrentar isso “provando a honestidade” de cada negócio, porque isso não tem fim. Até um dentista sem nota fiscal servirá.
O enfrentamento é político e tem de ser feito já.
Em tempo: No Conversa Afiada, Gaspari é o dos chapéus, notável historialista - PHA