Edward Snowden: Vaza Jato é de interesse público!
Edward Snowden, em foto de dezembro de 2018 (Créditos: Laura Poitras/ACLU)
A edição de hoje (20/IX) da Veja, o detrito sólido de maré baixa, traz uma importante entrevista com Edward Snowden.
Trata-se do ex-agente da inteligência norte-americana que, em junho de 2013, com auxílio do jornal britânico The Guardian e de Glenn Greenwald - hoje, editor do Intercept Brasil - publicou informações secretas sobre o sistema de vigilância global da CIA e da National Security Agency (NSA).
Seu trabalho mostrou como, em nome do combate ao terrorismo, o governo dos EUA vigiou cidadãos comuns através da internet.
Desde agosto de 2013, Snowden vive em Moscou - o governo russo lhe concedeu asilo político.
A entrevista à Veja se deu através de uma videoconferência.
Snowden defendeu o trabalho do Intercept Brasil e os vazamentos das conversas de procuradores e juízes: "toda publicação de conversa privada causa algum desconforto, mas acho que ministros, políticos, procuradores e juízes devem estar sujeitos a desconfortos desse tipo. São eles que decidem quem vai para a cadeia, quem é libertado, quem vive, quem morre, como será nosso futuro. Não importa de onde a informação veio. Se ela é de interesse público e verdadeira, que seja divulgada", disse.
Sobre a vigilância de governos e corporações, ele é categórico: "não existe uma maneira 100% segura de fugir do monitoramento".
Para ele, o interesse dos serviços de monitoramento está nos nossos rastros online - os "metadados": são os "registros perfeitos de atividades da vida privada, como fotos postadas, para quem você liga, que sites acessa, que livros compra. Hoje em dia é muito difícil não ser alvo desse tipo de vigilância."
E continua: "as pessoas que nos vigiam conhecem nossas fraquezas, padrões, interesses, preferências políticas e conseguem prever nossas ações. Daí seu poder de influenciar até em eleições. Fake news são construídas sob medida com base nesse gigantesco banco de dados sobre o comportamento das sociedades e têm se tornado armas para pavimentar o autoritarismo de figuras conhecidas, como Donald Trump, Vladimir Putin e Jair Bolsonaro."
Leia a entrevista completa no site da Veja.
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