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Eichmann: assim funciona a delação premiada

Ou delata ou tua mulher vai em cana!
publicado 19/01/2016
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eichmann

Na foto, o centro da cebola

Mauro Marcondes Machado, 80 anos, foi preso, preventivamente, na Papuda, suspeito de crime cometido no âmbito da Operação Zelotes.

A Operação Zelotes, como denunciou o deputado Paulo Pimenta, perdeu o foco: engavetou os sonegadores gordos para se concentrar no Lula.

E, como se viu no documento aqui publicado, são gordíssimos os indícios que ligam a Globo do Sul, a RBS, ao esquema do Nardes, aquele relator do Tribunal das Contas, e ao PP do Francisco Dornelles.

Mas, isso não interessa à PF do .

O alvo é outro: o Lula.

De volta ao Mauro Machado.

O advogado dele é o Roberto Podval, respeitado criminalista, advogado também do José Dirceu.

Segundo o Estadão, vazo privilegiado de vazadores (criminosos) contumazes – na TV Afiada se mostra como acabar com os vazadores -, Machado foi procurado por um delegado da Polícia Federal (sic) do zé, Marlon Oliveira Cajado.

Segundo Podval, Cajado “chantageou” Machado: delata ou sua mulher e sócia, Cristina Mautoni, será transferida para uma “unidade prisional”.

Cristina estava em prisão domiciliar, numa cadeira de rodas, por causa de cirurgia nas pernas.

Importante: Cajado “propôs” a delação premiada sem consultar Podval.

Para Podval, delatar é uma decisão do cliente.

Ele, pessoalmente, é contra, mas essa é uma decisão do cliente.

Que não pode ser tomada sem que o advogado saiba!

Sem consultar Podval, Marlon “chantageou” Machado - delata ou sua mulher vai em cana!

Podval reclamou com um Procurador da República na Zelotes: onde é que nós estamos?

Que Democracia é essa?

O Procurador, segundo Podval, o tratou como se estivesse diante de um poste.

Não piscou!

E, ANTES, ANTES que se formalizasse o acordo da delaçãao de Machado, Cristina, em cadeira de rodas, foi para a cadeia.

Onde é que nós estamos, amigo navegante?

Nós estamos, amigo navegante, num regime totalitário, de exceção, numa DITADURA em que o “centro da cebola” é o zé da Justiça.

“Centro da cebola” foi a expressão que Hanna Arendt usou para definir o papel do Eichmann na reportagem sobre a ”banalidade do mal”.

O nazismo é a cebola.

O regime totalitário.

Eichmann era aquele burocrata moluscular, amébico, lá no fim, que se encontra depois de descascar a cebola.

Lá dentro está o Eichmann.

O zé.

O cúmplice irrelevante.

De um regime totalitário.

Eichmann, como ele, cumpria o papel de dar sequência à rotina totalitária.

É o que o zé faz.

Enquanto ele estiver ali será impossível punir os vazadores.

E alguns dos vazos, como os do Estadão!

Paulo Henrique Amorim