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Engenheiro do Robanel: "Isso não pode ser por e-mail, querida..."

PF pega fiscal da Dersa no grampo! E o Santo do Alckmin, onde está?
publicado 26/06/2018
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Do UOL:

'Isso não pode ser por e-mail, querida', alerta engenheiro da Dersa


O engenheiro fiscal da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Edison Mineiro Ferreira dos Santos foi flagrado por grampo da Polícia Federal "bastante irritado" com uma mulher ligada ao consórcio Mendes Júnior-Islux - administrador do lote 1 do Trecho Norte do Rodoanel paulista. As obras são alvo da Operação Pedra no Caminho, que prendeu na quinta-feira (21) o ex-diretor-presidente da estatal paulista Laurence Casagrande Lourenço, que foi secretário de Logística e Transportes do Governo Alckmin (PSDB).

A Pedra no Caminho investiga desvio de recursos públicos em obras do Rodoanel Norte. As investigações apontam que aditivos contratuais, relacionados principalmente à fase de terraplenagem da obra, incluíam novos serviços para efetuar a remoção de matacões (rochas) misturados ao solo. Edison foi alvo de mandado de prisão temporária ordenado pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal.

No relatório, a PF afirma que o diálogo é "relevante". A mulher, segundo a investigação, usou "linha telefônica cadastrada em nome da empresa Consórcio Mendes Júnior-Islux".

"A mensagem principal é clara: Edison havia pedido o envio de um projeto para Evandro, ao que tudo indica funcionário do Consórcio Mendes Júnior. Porém, segundo o que informa a mulher não identificada, Evandro havia se negado, pois não estaria mais no contrato", relata a Federal.

Segundo a PF, "Edison se demonstra bastante irritado com a negativa e pede para a mulher não identificada informar a Evandro que foi Pedro da Silva quem pediu para mandar o referido projeto". Pedro da Silva, ex-diretor da Dersa, foi preso na Pedra no Caminho.

"A interlocutora informa que vai enviar e-mail com esse recado para Evandro. Nesse momento, Edison a interrompe e avisa de maneira enfática "não, não, não… isso não pode ser por e-mail querida". Finaliza o diálogo criticando a negativa de maneira incisiva", registra a PF.

Edison atendeu o telefonema às 9h52, do dia 29 de maio de 2017. A conversa durou dois minutos e 24 segundos. Em um momento, a mulher fala: "Tá ok. Vou mandar o e-mail pra ele, então, conforme falado."

O engenheiro da Dersa repete "não" por três vezes. "Não, não, não, isso não pode ser por e-mail." "Ah tá", retorna a interlocutora. (...)
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