Enquanto Bolsonaro prega o fim da quarentena, Covid-19 atinge metade das cidades do Brasil
O Ministério da Saúde informou que a Covid-19 já chegou em 2865 cidades do Brasil. O número representa 51,4% dos municipios do país.
Segundo o órgão, a pandemia se espalhou por uma parte do território onde vivem pelo menos 184 milhões de pessoas, ou 88% da população.
Os estados mais afetados pelo vírus são Amapá, Roraima e Rio de Janeiro.
No último balanço, divulgado na quarta-feira (13/V), o Brasil teve 749 mortes em 24 horas. Ao todo, já são mais de 13 mil vítimas da doença e 188.974 casos confirmados.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobra medidas contra a quarentena, governadores e prefeitos já cogitam o lockdown, a paralisação total das atividades.
"Está morrendo gente? Está. Lamento? Lamento. Mas vai morrer muito, mas muito mais se a economia continuar sendo destroçada por essas medidas", afirmou o presidente nesta quinta-feira (14/V).
Bolsonaro editou hoje uma MP (Medida Provisória) que livra agentes públicos de responsabilização por “ação e omissão” em “atos relacionados com a pandemia de Covid-19”.
No Rio, ao contrário de Bolsonaro, o Ministério Público recomendou ao estado a adoção de medidas de isolamento mais restritas.
Pesquisadores defendem isolamento
Ao Globo, o pesquisador Ricardo Dantas disse que a interiorização se dará em direção à região Sul, Sudeste, estados do Nordeste e ao Centro-Oeste, especialmente no entorno de Brasília, pelas grandes vias de circulação.
“Talvez a situação que podemos apontar como mais problemática é a do Sul, por conta da aproximação do inverno “, prevê o cientista do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (ICICT), da Fiocruz, e do MonitoraCovid-19.
Christovam Barcelos, coordenador do MonitoraCovid-19, sistema criado em março por cientistas da Fiocruz e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diz que a tendência de interiorização da pandemia levará, a médio prazo, a uma distribuição quase uniforme da incidência da doença.
“As curvas de crescimento do número de casos são paralelas”, explica.
“Elas são separadas por cerca de duas semanas, no entanto. O que acontece em uma cidade grande se reflete com um atraso de alguns dias nas menores, que possuem uma grande dependência das primeiras, tanto para realização de serviços quanto para o trabalho e lazer”, esclarece.
De acordo com o Estadão, a média de isolamento no país está em 43,4%, enquanto que especialistas apontam para a necessidade de o número mínimo ser de 70%. Nenhum Estado chega nem sequer perto disso - todos apresentam índice de isolamento inferior a 51%.
Com informações da Agência PT de Notícias.