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Enquanto Bolsonaro prega o fim da quarentena, Covid-19 atinge metade das cidades do Brasil

Lockdown deve se tornar uma realidade a todos
publicado 14/05/2020
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O Ministério da Saúde informou que a Covid-19 já chegou em 2865 cidades do Brasil. O número representa 51,4% dos municipios do país.

Segundo o órgão, a pandemia se espalhou por uma parte do território onde vivem pelo menos 184 milhões de pessoas, ou 88% da população.

Os estados mais afetados pelo vírus são Amapá, Roraima e Rio de Janeiro. 

No último balanço, divulgado na quarta-feira (13/V), o Brasil teve 749 mortes em 24 horas. Ao todo, já são mais de 13 mil vítimas da doença e 188.974 casos confirmados.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobra medidas contra a quarentena, governadores e prefeitos já cogitam o lockdown, a paralisação total das atividades.

"Está morrendo gente? Está. Lamento? Lamento. Mas vai morrer muito, mas muito mais se a economia continuar sendo destroçada por essas medidas", afirmou o presidente nesta quinta-feira (14/V).

Bolsonaro editou hoje uma MP (Medida Provisória) que livra agentes públicos de responsabilização por “ação e omissão” em “atos relacionados com a pandemia de Covid-19”.

No Rio, ao contrário de Bolsonaro, Ministério Público recomendou ao estado a adoção de medidas de isolamento mais restritas.

Pesquisadores defendem isolamento

Ao Globo, o pesquisador Ricardo Dantas disse que a interiorização se dará em direção à região Sul, Sudeste, estados do Nordeste e ao Centro-Oeste, especialmente no entorno de Brasília, pelas grandes vias de circulação.

“Talvez a situação que podemos apontar como mais problemática é a do Sul, por conta da aproximação do inverno “, prevê o cientista do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (ICICT), da Fiocruz, e do MonitoraCovid-19.

Christovam Barcelos, coordenador do MonitoraCovid-19, sistema criado em março por cientistas da Fiocruz e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diz que a tendência de interiorização da pandemia levará, a médio prazo, a uma distribuição quase uniforme da incidência da doença.

“As curvas de crescimento do número de casos são paralelas”, explica.

“Elas são separadas por cerca de duas semanas, no entanto. O que acontece em uma cidade grande se reflete com um atraso de alguns dias nas menores, que possuem uma grande dependência das primeiras, tanto para realização de serviços quanto para o trabalho e lazer”, esclarece.

De acordo com o Estadãoa média de isolamento no país está em 43,4%, enquanto que especialistas apontam para a necessidade de o número mínimo ser de 70%. Nenhum Estado  chega nem sequer perto disso - todos apresentam índice de isolamento inferior a 51%.

Com informações da Agência PT de Notícias.