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Escândalo Queiroz derrete imagem de Bolsonaro entre os militares

Traumann: ele não tem mais a liderança moral
publicado 23/06/2020
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(Foto 1: Valter Campanato/Agência Brasil - Foto 2: Reprodução/CNN Brasil)

"A primeira vítima da prisão do ex-policial militar Fabrício Queiroz é o apoio do presidente Jair Bolsonaro nos quartéis. O estranhamento vinha crescendo com as seguidas ameaças do presidente de uma intervenção militar em reação às decisões do STF, piorou quando os militares descobriram que a imagem das Forças Armadas estava indo ladeira abaixo com a nomeação do general Eduardo Pazuello para o Ministério da Saúde e ultrapassou os limites com Queiroz. Para muitos generais, apoiar este governo é uma missão, mesmo quando envolve o constrangimento de distorcer os números de mortos por Covid-19. Agora, responder sobre rachadinhas é outra história", escreve Thomas Traumann na Veja.

Segundo ele, o escândalo Queiroz "acirrou as divergências entre os oficiais que defendiam a incorporação do Exército no governo, liderados pelo general ministro Luiz Ramos, e os que consideram que as Forças Armadas precisam se preservar. Almirantes e brigadeiros que já se ressentiam da postura do general Ramos passaram a criticá-lo abertamente nas conversas internas. Generais da ativa que tentavam manter uma equidistância entre as duas alas, agora se posicionam a favor de uma postura 'profissional', o sofisma para um afastamento gradual do governo. Em coluna no jornal Valor, a repórter Andrea Jubé mostrou que, com Queiroz, até os grupos de WhatsApp das mulheres dos oficiais já se voltou contra o presidente".

Para Traumann, "essa mudança tem um impacto na vida política. A mais óbvia é: não vai ter golpe, ou seja, nas condições atuais, o presidente não tem a liderança moral sobre as Forças Armadas para fazer as tropas deixarem os quarteis e prenderem quatro ou cinco ministros do Supremo, como pede a sua militância extremista".