Estudantes são arrastados pela Tropa de Choque
Secundaristas estavam dentro de escola ocupada
publicado
06/05/2016
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Secundaristas são arrastados pela Tropa de Choque de dentro de escola ocupada
Tropa de Choque, portando armas de fogo, arrasta estudantes em reintegração de posse do Centro Paula Souza, na região da Luz. Alunos prometem resistir e seguir com ocupações em protesto contra a Máfia das Merendas no estado
Por Jeniffer Mendonça, Katia Passos e Lucas Porto, com foto de Lina Marinelli, especial para Jornalistas Livres
(Foto: Lina Marinelli / Jornalistas Livres)
Na manhã desta quinta-feira (6), estudantes secundaristas que ocupavam o Centro Paula Souza na região da Luz, área central da capital paulista, foram violentamente expulsos da ocupação pela Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo.
A PM proibiu jornalistas e fotógrafos de se aproximarem da escola. O repórter do Diário do Centro do Mundo Mauro Donato foi agredido com cacetete por um policial e teve o supercílio cortado. Advogados foram impedidos de acompanhar a ação dentro da escola.
Ao coro de “não tem arrego!” e “sem violência!”, os alunos não resistiram e deixaram o local em marcha. O grupo de estudantes seguiu para o Centro Paula Souza na avenida Tiradentes.
Reintegração de posse
Os secundaristas ocuparam o Centro Paula Souza na região da Luz na quinta-feira (28) passada. Reivindicam melhorias na merenda escolar e a abertura da CPI da Merenda para investigar a máfia que desvia recursos do lanche no estado de São Paulo. O Centro Paula Souza é responsável por administrar as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), muitas delas sem nenhum tipo de merenda.
Na segunda-feira (2), a Polícia Militar invadiu a escola sem mandado judicial, com a presença do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Em uma guerra de liminares aprovando e anulando a reintegração de posse, a desocupação foi suspensa ontem (5), depois de interferências da defensora pública Daniela Skromovi de Albuquerque para garantir a integridade dos adolescentes. Segundo o conselho tutelar, Moraes deveria estar presente no momento da reintegração.
Repórter do DCM Mauro Donato é agredido pela PM em reintegração de posse | Foto: Jornalistas Livres
Na noite desta quinta (5), o desembargador Rubens Rihl, da 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, liminar em mandado de segurança (2091154-12.2016.8.26.000) para dispensar a presença do secretário da Segurança Pública na reintegração de posse do Centro Paula Souza.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, o responsável pela ação deveria ser o comandante da operação, que analisaria também a “conveniência ou não do uso da força e dos recursos necessários, na proporção adequada para o cumprimento da liminar, tendo-se em vista, sempre, a preservação do patrimônio e a integridade física dos envolvidos, tais como policiais militares, alunos, transeuntes, dentre outros”.
Tropa de Choque e Força Tática portavam armas de fogo não letais, mesmo sabendo que grande parte dos estudantes é menor de idade e está protegida pelo artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante, no Artigo 17, Capítulo II, “o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.”
Informações dão conta de que quatro estudantes foram apreendidos e levados para o 2o. Departamento de Polícia, no Bom Retiro, zona oeste da capital.
Doações para população de rua
Com a inevitável reintegração de posse na manhã de hoje, os secundaristas decidiram doar cobertores e alimentos recebidos por voluntários na escola ocupada para moradores de rua.
Os estudantes também trabalharam na limpeza do local durante todos os dias em que ocuparam o espaço. Prometem não ceder e seguir com as ocupações. Neste momento, caminham para a diretoria de ensino na região de Perdizes, zona Oeste da capital paulista.
Por Jeniffer Mendonça, Katia Passos e Lucas Porto, com foto de Lina Marinelli, especial para Jornalistas Livres
(Foto: Lina Marinelli / Jornalistas Livres)
Na manhã desta quinta-feira (6), estudantes secundaristas que ocupavam o Centro Paula Souza na região da Luz, área central da capital paulista, foram violentamente expulsos da ocupação pela Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo.
A PM proibiu jornalistas e fotógrafos de se aproximarem da escola. O repórter do Diário do Centro do Mundo Mauro Donato foi agredido com cacetete por um policial e teve o supercílio cortado. Advogados foram impedidos de acompanhar a ação dentro da escola.
Ao coro de “não tem arrego!” e “sem violência!”, os alunos não resistiram e deixaram o local em marcha. O grupo de estudantes seguiu para o Centro Paula Souza na avenida Tiradentes.
Reintegração de posse
Os secundaristas ocuparam o Centro Paula Souza na região da Luz na quinta-feira (28) passada. Reivindicam melhorias na merenda escolar e a abertura da CPI da Merenda para investigar a máfia que desvia recursos do lanche no estado de São Paulo. O Centro Paula Souza é responsável por administrar as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), muitas delas sem nenhum tipo de merenda.
Na segunda-feira (2), a Polícia Militar invadiu a escola sem mandado judicial, com a presença do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Em uma guerra de liminares aprovando e anulando a reintegração de posse, a desocupação foi suspensa ontem (5), depois de interferências da defensora pública Daniela Skromovi de Albuquerque para garantir a integridade dos adolescentes. Segundo o conselho tutelar, Moraes deveria estar presente no momento da reintegração.
Repórter do DCM Mauro Donato é agredido pela PM em reintegração de posse | Foto: Jornalistas Livres
Na noite desta quinta (5), o desembargador Rubens Rihl, da 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, liminar em mandado de segurança (2091154-12.2016.8.26.000) para dispensar a presença do secretário da Segurança Pública na reintegração de posse do Centro Paula Souza.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, o responsável pela ação deveria ser o comandante da operação, que analisaria também a “conveniência ou não do uso da força e dos recursos necessários, na proporção adequada para o cumprimento da liminar, tendo-se em vista, sempre, a preservação do patrimônio e a integridade física dos envolvidos, tais como policiais militares, alunos, transeuntes, dentre outros”.
Tropa de Choque e Força Tática portavam armas de fogo não letais, mesmo sabendo que grande parte dos estudantes é menor de idade e está protegida pelo artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante, no Artigo 17, Capítulo II, “o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.”
Informações dão conta de que quatro estudantes foram apreendidos e levados para o 2o. Departamento de Polícia, no Bom Retiro, zona oeste da capital.
Doações para população de rua
Com a inevitável reintegração de posse na manhã de hoje, os secundaristas decidiram doar cobertores e alimentos recebidos por voluntários na escola ocupada para moradores de rua.
Os estudantes também trabalharam na limpeza do local durante todos os dias em que ocuparam o espaço. Prometem não ceder e seguir com as ocupações. Neste momento, caminham para a diretoria de ensino na região de Perdizes, zona Oeste da capital paulista.