Exame de Bolsonaro para Covid-19 pode ser de outra pessoa, diz jornal
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizou como codinome em um exame para detecção do coronavírus o nome do filho de uma das responsáveis pela coleta do material utilizado na análise, uma farmacêutica que trabalha no Hospital das Forças Armadas (HFA).
A informação foi revelada pelo jornal Correio Braziliense.
Em um dos exames, o nome utilizado é o do jovem R. A. A. C. F., de 16 anos. De acordo com o Ministério da Defesa, a mãe de R.A., que é tenente-coronel da Aeronáutica, coordenava a coleta das amostras para o exame de covid-19 do presidente e de seus assessores. Estava também sob a coordenação dela o envio do material para o laboratório Sabin, responsável pelo exame. O exame foi por coleta de material da nasofaringe, feita no dia 17 de março.
Em um dos exames, o nome utilizado é o do jovem. De acordo com o Ministério da Defesa, a mãe dele coordenava a coleta das amostras para o exame de covid-19 do presidente e de seus assessores. Estava também sob a coordenação dela o envio do material para o laboratório Sabin, responsável pelo exame.
A informação de que Bolsonaro testou negativo para a doença está em um laudo enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), após o jornal Estado de São Paulo entrar na Justiça para ter acesso aos resultados. Mas o uso de codinomes e ausência de identificação levantaram polêmica.
Na sexta-feira (15/V), o Estadão entrou com recurso no STF para se certificar de que Bolsonaro entregou mesmo à Justiça todos os exames para Covid-19 aos quais se submeteu.
Para o jornal, a entrega de documentos atribuídos a Bolsonaro não encerra o caso.
“Logo, impossível saber de antemão se realmente foram entregues todos os laudos de exame a que submetido o sr. Presidente da República, voltados a constatar tenha ou não Sua Excelência contraído a COVID-19 — e até mesmo se de fato a si aludem, já que utilizados pseudônimos e, no último deles, dado algum há que minimamente indique quem é o paciente”, afirma o advogado do jornal Afranio Affanso Ferreira Neto.
Como noticiou o Conversa Afiada, a Fiocruz também não garante que testes para Covid-19 divulgados são mesmo de Bolsonaro.