"Fiquem em casa, não é uma gripezinha", postou jovem de 27 anos antes de morrer por coronavírus
(Arquivo Pessoal)
“É horrível, uma tosse que não para. Te impossibilita de respirar e te faz ter dores que você não imaginaria. Não aguento mais essas dores, ficar em uma sala de isolamento para poder melhorar e nada mudar. Qualquer coisa que você faça, já fica cansado, sem ar. Se cuidem, fiquem em casa, não é gripezinha. É real e está muito perto de todos.”
Essa foi a última mensagem publicada nas redes sociais por Diogo Azeredo Polo Boz, 27 anos, morador de Osasco (SP). Ele é mais uma vítima fatal do novo coronavírus. E detalhe: não tinha qualquer doença crônica.
O Estadão trouxe nesta quarta-feira 15/IV esse relato que pode - e deve - servir de alerta a todos os brasileiros, em meio à tentativa do próprio governo federal de diminuir a seriedade da Covid-19.
Em 10/IV, Diogo teve insuficiência respiratória grave por causa da pneumonia provocada pelo coronavírus, sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Eromar Azeredo Polo Boz, de 55 anos, mãe de Diogo, continua inconformada com a perda precoce do filho, mas se revolta ainda mais ao ouvir comentários de quem defende que a abertura da economia é mais importante que a contenção do vírus. “Vou ao supermercado e vejo gente falando que quer trabalhar, que a economia não pode parar. Eu preferia ficar na miséria do que ter perdido meu filho. Dinheiro, coisas materiais, a gente conquista. Meu filho não volta mais.”