Folha relata que Bolsonaro foi chorar no ombro de militares
(Crédito: Agência Brasil)
O repórter Igor Gielow traz na Folha de S.Paulo nesta terça-feira 31/III um importante relato sobre o momento emocional de Jair Bolsonaro. Diz a matéria: "Isolado politicamente, o presidente Jair Bolsonaro tem dado demonstrações de fragilidade emocional na condução da crise do coronavírus e buscado refúgio no setor militar para tentar retomar o controle do governo. Em pelo menos uma ocasião recente, ele chorou ante interlocutores no Palácio do Planalto que não faziam parte de seu círculo mais íntimo".
Segundo a Folha, Bolsonaro tem reclamado sobre sofrer críticas incessantes e apontado adversários externos, especialmente os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio, Wilson Witzel (PSC).
Em meio à pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro não tem suporta unânime em sua equipe. Como lembra a reportagem, ministros do governo, a começar por Luiz Henrique Mandetta (Saúde), mas também Sergio Moro (Justiça), defendem o isolamento social. Paulo Guedes (Economia) falou que preferia ficar em casa “como cidadão”.
É nesse contexto que Bolsonaro decide se voltar ao chamado "núcleo militar", devolvendo protagonismo, por exemplo, ao general Walter Braga Netto, chefe da Casa Civil. A ideia do Planalto com isso é "unificar o discurso" em torno das ações de combate (combate?) à pandemia.
No entanto, o mundo político já reagiu à tentativa de Braga Netto de "tutelar" Mandetta em entrevista coletiva concedida em Brasília na segunda-feira 30/III. Diz a Folha:
"Líderes no Congresso, a começar pelas cúpulas das duas Casas, ficaram horrorizados com a cena —reação que conta com alguma solidariedade partidária, já que Mandetta é deputado do DEM de Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado).
Em trocas de ligações e mensagens durante a manhã desta terça (31), políticos se mostravam intrigados com o simbolismo da ação de Braga Netto".