Governo Alckmin não quer falar sobre assédio no Metrô de SP
Número de ocorrências cresceu 353% entre 2015 e 2016
publicado
08/06/2017
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Grupo realizou ato na estação Barra Funda do Metrô contra o assédio sexual, no fim de 2016 (Créditos: Dário Oliveira/Estadão)
Da Rede Brasil Atual:
Representantes de Alckmin ignoram comissão e não falam sobre assédios no Metrô
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, e o presidente da Companhia do Metropolitano (Metrô), Paulo Menezes Figueiredo, foram chamados à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo para prestar esclarecimentos sobre o crescimento de 353%, entre 2015 e 2016, no número de assédios a mulheres registrados no Metrô. Mas os representantes do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) ignoraram a convocação. “Não só desrespeitaram essa Comissão, as deputadas e deputados que dela fazem parte, mas principalmente a população paulista”, diz a vice-presidente da Comissão e autora do requerimento, Beth Sahão (PT).
A discussão de propostas para combater esses crimes estava marcada para a tarde de hoje (7). “Infelizmente, a reunião não teve quórum. Para a nossa surpresa, eles não compareceram. Vamos refazer esse requerimento, agora na forma de convocação, e eles serão obrigados a vir nessa Comissão para dar explicações do porquê isso tem acontecido no Metrô”, acrescenta a deputada. Ela pretende ouvir os representantes do governo nas próximas semanas. Em 2015, foram registradas 165 ocorrências do tipo, ante 748 em 2016, de acordo com levantamento do portal UOL (...)
Estava programada ainda uma discussão sobre Luiz Carlos Ruas, vendedor espancado até a morte por dois homens na estação Pedro II na noite de 25 de dezembro de 2016. “A falta de segurança que existe no Metrô ocasionou a morte brutal de um homem que foi defender uma mulher que estava sendo vítima de assédio (…) Na ocasião, causou espanto a todos o fato de que, enquanto o vendedor era covardemente agredido por seus algozes, nenhum segurança apareceu para socorrê-lo. De acordo com a denúncia, a única dupla de agentes que realizava plantão precisava se desdobrar para atender às outras estações, algo humanamente impossível”, diz Beth. (...)