Grillo e Daiello vão erradicar a soja
(Reprodução)
Via Scot Consultoria:
Após o anúncio da Operação Carne Fraca, vários países compradores de proteína animal do Brasil demonstraram preocupação com os processos de inspeção sanitária do país e decretaram o bloqueio às importações.
Hong Kong, maior comprador da carne bovina brasileira, anunciou no dia 21, a suspensão das importações tanto de carne bovina como de aves por tempo indeterminado. Na mesma data, a Coreia do Sul voltou atrás sobre proibição da entrada de carne de frango da BRF no país.
O Japão optou por bloquear a compra de frango e outros produtos das 21 plantas frigoríficas envolvidos na investigação da Polícia Federal. China, Egito e Chile também suspenderam as importações. Caso a situação perdure, a estimativa de Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, é de que os prejuízos com os embargos possam chegar a U$S270 milhões mensais. No entanto, o impacto, que inicialmente afeta o setor de carnes, pode chegar a ser sentido pelo mercado de commodities agrícolas, especialmente o milho.
Em entrevista ao Portal DBO, Rafael Ribeiro de Lima Filho, consultor de mercado da Scot Consultoria, disse que um ajuste na produção de aves e suínos – que juntos respondem por 60,0% a 70,0% do consumo doméstico de milho – pode impactar os preços do cereal. “Por enquanto, tudo é questão de especulação, mas se houver um ajuste somado à supersafra que tivemos esse ano, a tendência é de quedas ainda maiores, e de alta nos estoques”, afirmou.
No momento, o preço do milho já vem caindo por conta do aumento de produção na safra de verão e expectativa de bom desempenho das lavouras na segunda safra. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, nesta quarta-feira, 22, a saca de 60 kg está cotada a R$33,80 em São Paulo, tendo chegado a R$45,00 na mesma época do ano anterior.
“O preço do farelo de soja, por outro lado, está maior do que no ano passado, podendo registrar quedas com o avanço do esmagamento”, disse Rafael Filho. Há um ano, o preço do insumo sem o frete era de R$910,00/ tonelada a 1.151,49/tonelada, tendo subido 3,5% de 2016 para 2017, fechando em R$960,00/tonelada a 1.192,00/tonelada na primeira quinzena de março. “Em junho passado, a cotação chegou a R$1.700,00/tonelada, o que não deve se repetir agora”, diz o consultor da Scot.
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