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Imagens provam que testemunha mentiu na CPMI das Fake News

E aí, Dudu?
publicado 11/02/2020
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(Crédito: Agência Câmara)

A Folha de S.Paulo publicou na noite desta terça-feira 11/II os materiais que desmentem Hans River, ex-funcionário de uma agência de disparos em massa via WhatsApp. Em depoimento prestado hoje à CPMI das Fake News, ele mentiu e ofendeu a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha.

Foi Campos Mello quem, em dezembro de 2018, assinou reportagem que revelou a existência de uma rede de empresas, entre elas a Yacows (da qual Hanz River era funcionário), que montou um esquema fraudulento para disparar notícias falsas por WhatsApp durante a campanha que levou Jair Bolsonaro à Presidência.

Diz a reportagem:

A Folha falou diversas vezes na ocasião com Hans, que também era autor da ação trabalhista. Nas primeiras conversas, ocorridas a partir de 19 de novembro e sempre gravadas, ele disse que não sabia quais campanhas se valeram da fraude, mas reafirmou o conteúdo dos autos e respondeu a perguntas feitas pela reportagem.

No dia 25, ele mudou de ideia após fazer acordo com a antiga empregadora, o que foi registrado no processo no dia 27. "Pensei melhor, estou pedindo pra você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo", disse, em mensagem de texto. Dias antes, a Folha havia procurado a Yacows para solicitar esclarecimentos.

Nesta terça, ele mentiu à CPMI e atacou Campos Mello. O senador Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da suposta República, não só concordou como amplificou as mentiras.

"Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou Eduardo.

Como lembra a Folha, "o Código Penal estipula que fazer afirmação falsa como testemunha em processo judicial ou inquérito é crime, com pena prevista de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. Na condição de testemunha, Hans se comprometeu em falar a verdade à comissão. O regimento do Senado diz que a inquirição de testemunhas em CPIs segue o estabelecido na legislação processual penal".

À noite, o jornal publicou uma série de prints de conversas que desmentem o depoente. Por exemplo:

Hans River do Rio Nascimento: “Só um detalhe. Eu não encaminhei nada para a Folha. Eu entrei com a ação trabalhista, e de alguma maneira a Folha de S.Paulo conseguiu o processo inteiro.”

Mentira. O processo é público e Hans encaminhou para a repórter documentos, áudios e fotos sobre o processo de disparo de mensagens em massa na empresa em que trabalhou.

Reprodução de conversa no WhatsApp em que Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário de uma empresa de disparos em massa, envia à reportagem da Folha planilha com nome e CPFs para registrar chips de celular

“Falei ‘pô, tô lançando um livro aí. Esse livro vai ser bacana’. De repente, essa jornalista entrou em contato comigo, falando a respeito do meu livro. Eu fiquei até assim, falei ‘bacana, vai me entrevistar, vai querer saber sobre meu conteúdo, né.’ E ela vem até mim."
 
Mentira. A reportagem procurou Hans pela primeira vez, por mensagem de WhatsApp, para falar sobre o processo trabalhista que ele movia contra a empresa Yacows.

 
Primeira troca de mensagens entre a reportagem da Folha e Hans River do Rio Nascimento

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