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Intercept: agentes da PF ameaçaram criança de sete anos

Operação da Lava Jato queria forçar empresário foragido a se entregar
publicado 12/09/2019
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O Conversa Afiada mostrou, ontem (11/IX), com base em revelações do Intercept Brasil, que a Operação Lava Jato organizou duas operações contra a filha de Raul Schmidt, empresário acusado de pagar propinas a ex-diretores da Petrobras.

Raul era considerado foragido da Justiça em Portugal.

A filha de Raul, Nathalie Schmidt, não era suspeita de praticar ou planejar qualquer atividade ilícita. Entretanto, os procuradores de Curitiba queriam uma ofensiva contra ela para causar pressão contra o pai e, assim, forçar Raul Schmidt a se entregar.

A operação aconteceu no dia 24/V/2018: Nathalie foi alvo de busca e apreensão em sua casa, no Rio de Janeiro.

A reportagem do Intercept apresenta um trecho assustador - segundo o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), algo digno de tortura psicológica da Escola das Américas.

Diz o Intercept Brasil:

(...) três agentes da Polícia Federal portando metralhadora ingressaram na residência da paciente de forma truculenta, exigindo, aos berros, que ela revelasse o atual paradeiro do seu genitor, sob ameaça de ‘evitar dor de cabeça para seu filho’”, referindo-se à criança dela, um menino então com sete anos. (...)

Em tempo: ainda segundo o Intercept, "a Polícia Federal disse que 'supostos envolvidos, caso intimados, devem se manifestar em juízo para apresentarem suas versões'". Procurado pela reportagem, o ministro Sérgio Moro (à época do caso, Judge Murrow) não se pronunciou.

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