Irmão do Reitor Cancellier vai à Justiça contra a Delegada Marena
Ela ainda está na ativa, Dr Segóvia? (Reprodução/Blog do Marcelo Auler)
Protagonista de inúmeras investigações alardeadas pela mídia, muitas delas com repercussão acima da necessária por provocação dos próprios responsáveis pelas apurações, a delegada federal Erika Mialik Marena, atualmente responsável pelo combate à corrupção e desvios de recursos públicos na Superintendência Regional da Polícia Federal de Santa Catarina (SR/DPF/SC), de estilingue, deverá virar vidraça. Alvo de uma investigação.
Há três semanas tramita no ministério da Justiça, endereçado ao ministro Torquato Lorena Jardim, requerimento assinado pelo físico aposentado Acioli Antônio de Olivo, irmão do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo.
Cancellier foi alvo da Operação Ouvidos Moucos, presidida por Erika, que obteve da Justiça Federal um mandado de prisão contra o então reitor, executado em 14 de setembro. A pedido da delegada, ele ainda foi proibido de ingressar na universidade que considerava extensão de sua casa. Ao se sentir “banido” (termo adotado pelo próprio no bilhete encontrado em seu bolso), entrou em depressão e se matou.
No requerimento, seu irmão, em nome de toda a família – o também irmão, Júlio, e o filho, Mikhail Vieira Cancellier de Olivo -, solicita a abertura de “procedimento de responsabilidade administrativa, civil e penal”, contra a delegada.
Noticiado com exclusividade pelo Blog Jornalistas Livres, na segunda-feira (20/11), no requerimento Acioli pede que seja apurada “a responsabilidade da Delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada ‘Operação Ouvidos Moucos'”.
No documento, expõe:
“Todo o espetáculo hollywoodiano conduzido pela representada em detrimento dos mais comezinhos princípios e garantias individuais constitucionalmente previstos foram fatores determinantes para o desfecho trágico da operação, que culminou na morte de Luiz Carlos Cancellier de Olivo”.
A primeira queixa na representação é relacionada ao vazamento da Operação, que foi desencadeada após uma investigação que estava sob sigilo. Ou seja, repetiu-se a prática de vazamentos comumente vista nas últimas grandes operações da Polícia Federal. No documento, o irmão do ex-reitor denuncia:
“Deflagrada a Operação com larga e instantânea cobertura da imprensa local e nacional, que, apesar do sigilo, contou com o fornecimento de informações processuais privilegiadas, a exemplo da exato momento de cumprimento dos mandados de prisão, Luiz Carlos Cancellier de Olivo não resistiu a pressão de ser humilhado publicamente pela injusta acusação por um fato anômalo, jamais praticado (tentativa de obstrução administrativa), tendo este fato sido determinante para a prática do ato extremo que culminou em seu falecimento precoce e que tem acarretado danos irremediáveis aos familiares ora signatários”.
Aniversário de Luiz Carlos Cancellier (de camisa branca) tendo ao lado Acioli (ao centro) e Júlio. Foto: Arquivo Pessoal/Reproduzida no site Jornalistas Livres
Leia os detalhes e veja o requerimento em: http://marceloauler.com.br/erika-marena-de-estilingue-a-vidraca/