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Jornalistas que investigavam morte de miliciano são detidos pela PM da Bahia

“Como é que vocês descobriram esse endereço?”
publicado 14/02/2020
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O repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz, ambos da revista Veja, foram detidos na manhã desta sexta-feira 14/II enquanto tentavam entrevistar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, peça-chave para esclarecer a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Eles foram cercados por duas viaturas da Polícia Militar da Bahia e, mesmo após se identificarem como jornalistas, foram abordados.

“Como é que vocês descobriram esse endereço?”, indagou várias vezes um dos soldados, segundo a própria Veja. Depois da revista, a polícia apreendeu o gravador da equipe.

A Veja publica na edição desta semana fotos do corpo de Adriano que reforçam a tese de que ele foi executado - e não morto durante troca de tiros.

Os especialistas consultados pela revista afirmaram que as marcas vermelhas localizadas próximas à região do peito do miliciano indicam um disparo a curta distância. “É um disparo a uma distância na qual a pólvora ainda tem energia cinética suficiente para adentrar o corpo. Então, foi um disparo a curta distância. O que é a curta distância? Depende da arma e da munição. Seriam 40 centímetros, no máximo, imaginando um revólver ou uma pistola. Mais que isso, não”, afirma o médico legista Malthus Fonseca Galvão, professor da Universidade de Brasília e ex-diretor do Instituto Médico Legal do Distrito Federal.

Em tempo: a Secretaria de Segurança Pública da Bahia enviou a seguinte nota ao Conversa Afiada:

A Secretaria da Segurança Pública esclarece que moradores de uma localidade em Pojuca, Litoral Norte da Bahia, ligaram para polícia informando que homens, dentro de um carro, Gol, placa de Belo Horizonte, estavam rondando a região. A PM foi acionada, abordou o grupo e fez a condução até a Delegacia Territorial. Após se identificarem como jornalistas, foram liberados. Nenhum equipamento foi danificado, alterado ou ficou apreendido.