Lava Jato pega doleiro de Serra e Dantas
Do vencedor do troféu "Conexões Tigre":
Lava Jato caça doleiros que movimentaram US$ 1,6 bi
A Polícia Federal cumpre mandados de prisão em nova fase da Operação Lava Jato nesta quinta-feira, 3, contra doleiros. Em conjunto com o Ministério Público Federal, a ação visa doleiros que operavam no Brasil e no exterior (...)
Estão sendo cumpridos um total de 43 ordens de prisão preventiva no Brasil e seis de prisão preventiva no exterior, quatro de prisão temporária, e 51 mandados de busca e apreensão. (...) A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação. Ambos trabalhavam em esquema que envolvia o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) e revelaram a existência de um sistema chamado Bank Drop, composto por 3 mil offshores em 52 países, e que movimentava US$ 1,6 bilhão.
Os alvos são doleiros, clientes desse sistema e usuários finais do esquema. Um dos mandados é contra o doleiro Dário Messer, que tem residência tanto no Rio de Janeiro quanto no Paraguai.
Em tempo: sobre Dário Messer, o Conversa Afiada republica das págs. 92 e 93 da "Privataria Tucana", livro de Amaury Ribeiro Jr.:
(…) Parceiro de Dantas no processo de privatização, (diretor do Banco do Brasil no governo FHC) Ricardo Sérgio (conhecido como Mister Big), lançou mão do mesmo estratagema para movimentar recursos no exterior. Com 1.057 páginas, o relatório dos peritos da PF mostra que Mr. Big usava dois doleiros de peso para levar seus recursos até a agencia do Banestado em Nova York: Alberto Youssef – que também prestou o mesmo serviço para o contrabandista João Arcanjo Ribeiro (conhecido como Comendador Arcanjo, o criminoso foi preso em abril de 2003. Também prestou esse serviço para Dario Messer, acusado de levar para a Suíça os R$ 20 milhões desviados pela “Máfia dos Fiscais” do Rio de Janeiro.
Em quatro anos, entre 1996 e 2000, Mr. Big teria remetido ao exterior uma montanha de dinheiro com altitude de US$ 20 milhões. Para os peritos federais, todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio dormia inicialmente em várias contas abertas por Messer e por Yousseff na agência novaiorquina do Banestado. Novamente, as contas eram abertas em nome de offshores, com apoio de David Spencer e ancorado no escritório de Citco nas Ilhas Virgens Britânicas. Eram incumbências de Spencer – que opera para Mr. Big desde os anos 1980 – também a abertura das contas dessas offshores na agência do Banestado e em outros bancos de Nova York. A documentação expõe, por exemplo, a participação do advogado na abertura da conta da offshore June International Corporation, operada por Yousseff no Banestado novaiorquino. Do Banestado, a grana do ex-diretor do banco fazia uma escala em outras contas abertas no MTB Bank e outros bancos operados pelos doleiros da Beacon Hill. Era o último porto do dinheiro antes da revoada para as contas de Ricardo Sérgio, João Madeiro da Costa, o homem de Mr. Big na Previ, Ronaldo de Souza, em Miami ou nas Ilhas Virgens Britânicas. (...)
Em tempo2: outro citado, Ricardo Sérgio, foi diretor do Banco do Brasil e caixa das campanhas de José Serra (1990 a 1996) e de Fernando Henrique (1994 e 1998). Segundo Rodrigo Vianna, Ricardo Sérgio também está envolvidos em patranhas de Verônica Serra, filha do Careca e Verônica Dantas, irmã do ínclito banqueiro.