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Lava Jato tem que sair das mãos do Moro e dalanhóis da PF e MPF

Wanderley: STF macula as togas e conservadores sequestram combate à corrupção
publicado 27/07/2018
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O Conversa Afiada reproduz com entusiasmo nova Segunda Opinião do professor Wanderley Guilherme dos Santos que, recentemente, publicou aqui "Lula quer botar o povo na cadeia!":

LAVA JATO ELEITORAL


Houve no Brasil minutos de alta tensão depois da vitória de Juscelino Kubitschek, com subsequentes e frustradas tentativas de invalidar o resultado por militares inconformados. Depois de mais de meio século, atravessamos a turbulência gerada pela bem sucedida trama de Aécio Neves, imediatamente transformada em sólido bloco político-midiático, desdobrada em impedimento da presidente Dilma Rousseff. No instante atual, não só a perspectiva da própria eleição desagrada a muitas figuras do atual condomínio como a condução do processo pré-eleitoral se faz por mal traçadas linhas, com cerceamento de políticos por razões altamente controversas e sussurros de que certos resultados seriam inaceitáveis. O momento de confusão de identidade envolvendo o Judiciário, especialmente as togas maculadas do Supremo Tribunal Federal, adiciona balbúrdia às suspeitas sobre a solidez das instituições.

Supondo ultrapassado sem estilhaços o desafio eleitoral, aí será a vez da prova dos nove da Lava Jato. Nenhum democrata aceita a hipótese de que as investigações sejam interrompidas. Ao contrário, ao longo de toda essa escavação espera-se o aparecimento de formas constitucionais de manter o Estado brasileiro, em todos os seus níveis, submetido a vigilância preventiva e reparadora de atentados à economia nacional. Por sua própria natureza, a demorada condução desse processo não pode permanecer em mãos de personagens claramente preconceituosos e seletivos, arbitrários e desafiadores dos cânones de normalidade da execução judiciária. Resultado e alimento da volubilidade e complacência do Supremo Tribunal Federal, o aparato envolvido nos absurdos cometidos por instâncias do judiciário, por agentes do Ministério Público e da Polícia Federal, há que haver imediatamente pós-eleição uma reformulação a jato do pessoal e das regras de conduta da investigação. Ou isso ou o novo presidente, por mais que privilegiado nas urnas, não governará com autoridade e autonomia.

Os partidos interessados deveriam mostrar ao eleitorado que o problema das eleições inclui avaliação sobre que candidatos teriam disposição e convicção democrática para colocar a Lava Jato a serviço do tesouro da nação, e não aos interesses de uma coalizão de conservadores.