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Lava Jato usou denúncia contra Lula para "criar distração" na imprensa

Intercept: procuradores queriam blindar a PGR no caso dos áudios do Joesley!
publicado 14/10/2019
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O Intercept Brasil divulgou na manhã de hoje 14/X o 21o capítulo de sua "Vaza Jato" - a série de reportagens sobre os bastidores e irregularidades da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, elaborada a partir de mensagens obtidas do aplicativo Telegram.

De acordo com a nova denúncia, os procuradores da Operação Lava Jato divulgaram a denúncia contra o presidente Lula no caso do sítio de Atibaia com o objetivo explícito de "abafar" críticas contra a Procuradoria-Geral da República, em maio de 2017.

Diz Rafael Neves, do Intercept:

"À época, a equipe do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava sob bombardeio por causa de um áudio vazado da colaboração premiada dos executivos do conglomerado JBS que atingia em cheio o presidente Michel Temer. Havia suspeitas de que o material havia sido editado. (...) O então procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, à época o decano da Lava Jato em Curitiba, escreveu aos colegas que a acusação que atribui a Lula a propriedade de um sítio em Atibaia poderia “criar distração” sobre a possível edição da conversa gravada entre o ex-presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS.

(...) A Lava Jato do Paraná, que não teve participação na delação da JBS, se preocupava: além de considerarem as falas de Temer inconclusivas do ponto de vista jurídico, os procuradores – que nunca lidaram bem com críticas da imprensa – se incomodavam com a repercussão das suspeitas de adulteração do material.

Convencidos da integridade da gravação, os procuradores esperavam que viesse a público o quanto antes um laudo da Polícia Federal sobre o áudio. Foi durante essa discussão que Santos Lima expôs seu plano no grupo "Filhos do Januario 1", restrito aos integrantes da força-tarefa: “Quem sabe não seja hora de soltar a denúncia do Lula. Assim criamos alguma coisa até o laudo”. Após seu chefe, Deltan Dallagnol, se certificar de que o plano poderia ser posto em prática, ele comemorou, no mesmo grupo: “Vamos criar distração e mostrar serviço”."


Reprodução/Intercept Brasil

Leia a reportagem completa no Intercept Brasil.

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