Lemann quer o apartheid social desde a escola
Lemann: a desigualdade tem berço
A crise na Educação não é uma crise, mas um projeto.
A PEC da Morte, que congela os gastos em Educação, Saúde e todas as áreas sensíveis ao povo, é um dos instrumentos para concentrar a renda e aprofundar a desigualdade.
A chamada reforma do Ensino Médio, na prática, torna medíocre o último passo do jovem antes na educação básica.
É por meio dela que o presidente ladrão quer, por exemplo, que até 40% do Ensino Médio seja a distância.
Ele tenta, também, desidratar o investimento anual de R$ 50 bilhões em educação básica pública que a Campanha Nacional pelo Direito à Educação reivindica.
Enquanto isso, as Universidades públicas definham: o Conversa Afiada mostrou em maio como a Universidade de Brasília (UnB) pode, em breve, fechar as portas.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro é outro exemplo de decadência.
Na verdade, as 63 universidades federais do País vivem em asfixia financeira, e a tendência é de piora: neste ano, o Ministério da Educação investirá 32% menos que em 2017.
(Em 2017, foram destinados R$ 6,6 bilhões para investimentos na Educação, enquanto a Lei Orçamentária Anual de 2018 reserva apenas R$ 4,52 bilhões).
E o corte de quase 20% o orçamento em Ciência e Tecnologia?
É no vácuo dessa estratégia deliberada de destruir o ensino público que entra em cena Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil.
Ele fabrica cerveja, ketchup e, agora, aqui no Brasil vai fabricar um apartheid social.
(Não se esqueça, amigo navegante, de que ele é um dos financiadores diretos do Golpe no Brasil: quando os manifestoches começaram a ir para a rua a favor da deposição da Presidenta Dilma, o site do Vem pra Rua, um desses grupelhos de extrema-direita à la MBL, estava registrado em nome da Fundação Estudar, que pertence a Lemann).
Ele tem um patrimônio de US$ 30 bilhões (segundo a Forbes) e se liga a, no mínimo, 20 empresas offshore, em paraísos fiscais.
Lemann também acha a coisa mais normal do mundo não pagar imposto no Brasil e explorar mão de obra semi-escrava no Brasil.
Depois, sai a fazer filantropia, como bancar um curso de Capitalismo Itinerante, numa barraca em Harvard, para onde manda uns wanna-be brasileiros.
(Outra benevolente ação do Lemann foi estimular o empreendedorismo e associar-se à filha do Careca, o maior dos ladrões, numa certa sorveteria...).
Por isso ele é o ídolo do Historialista!
No fim de março, o Globo Overseas publicou notinha escondida numa colona:
Depois de Botafogo, escola de Jorge Paulo Lemann abrirá unidade na Barra da Tijuca
A Eleva, escola de Jorge Paulo Lemann, abrirá uma unidade na Barra da Tijuca, em 2019. Inicialmente, serão aulas só para Educação Infantil e Ensino Fundamental I.
A unidade de Botafogo, onde ficava a Casa Daros, começou a funcionar em 2017. Aliás, quem assinará o projeto da nova escola é Miguel Pinto Guimarães, o arquiteto responsável também pela unidade de Botafogo.
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Nessa Eleva, uma escolinha para os filhos da Casa Grande, a mensalidade mais barata custa R$ 4 mil.
E Miguel Pinto Guimarães, o arquiteto da escola é casado com Paula Marinho, filha de um dos filhos do Roberto Marinho e a beneficiária da operação de lavagem de dinheiro da Mossack Fonseca para comprar o triplex de Paraty – que o Judge Murrow considera que não vem ao caso investigar, embora a Mossack seja vizinha do triplex que não é do Lula, no Guarujá...
(Não deixe de ouvir a Rádio Navalha sobre a palpitante matéria).
Lemann, Marinho, Murrow … tudo a mesma sopa, diria o Mino Carta.
A QuantoÉ, no começo deste ano, saudou a chegada de "mais dois colégios bilíngues a São Paulo em 2019".
Um deles é ideia de um canadense que quer inaugurar a escola com mensalidades de R$ 5 mil.
O outro... é uma unidade da Eleva, do Lemann.
A QuantoÉ ainda destaca o "conteúdo inovador"...
E dá espaço para a escola dizer que "quer transformar o país por meio da Educação".
Um levantamento de 2017 da Forbes, a revista dos bebedores de champanhe de R$ 20 mil, mostrou que São Paulo é a cidade que abriga o maior número de escolas para ricos - logo a seguir vem o Rio.
Nenhuma das escolas que a revista lista cobra mensalidades inferiores a R$ 1400!
Uma das que recebem mais destaque é a Concept, que já tem unidades em São Paulo, Ribeirão Preto (SP) e Salvador (BA) - lá, a mensalidade mais barata custa R$ 4,2 mil!
O dono da Concept é Chaim Zaher, que era o segundo maior acionista individual da Estácio e, depois da venda dessa faculdade para a Kroton, comprou também o Colégio e Vestibular de A a Z, no Rio.
Pesquisa que o IBGE publicou no fim de 2017 mostra que na educação infantil 73% dos alunos estão em escolas públicas; no ensino médio, 83,4%. Essa lógica se inverte no ensino superior: 74,3% vão parar nos braços das faculdades particulares.
Jessé Souza na TV Afiada demonstrou o papel da Educação, do berço e ocupação do tempo livre na formação das estruturas sociais.
Mais ainda, Jessé demonstrou que a gritaria contra a corrupção (só a do PT) não passava de desculpa para o ódio oculto, a repulsa ao filho do negro entrar na Universidade pública – obra-prima do Lula e disputar emprego com a filhinha da Madame.
O economista francês Thomas Piketty atestou que o 1% mais rico Brasil concentra uma riqueza correspondente ao 1% dos petro-estados do Oriente Médio.
A concentração de renda do Brasil só tem similar na Zâmbia e no Lesoto.
Se perguntar ao Mino Carta, ele dirá que só se resolve isso com sangue na calçada.
E o Piketty, com uma guerra.
Escola do Lemann (E) oferece ensino bilíngue para os filhos dos ricos, enquanto o Golpe mata o que sobrou da educação pública