LGBT bolsonarista é agredida por ser LGBT
Em foto no Instagram, Karol Eller abraça aquele que disse que "filho gay é falta de porrada" (Reprodução: Instagram/@karolelleroficial)
A youtuber Karol Eller é conhecida nas redes sociais por ser uma das principais apoiadoras da família Bolsonaro - e do bolsonarismo - na comunidade LGBT.
Prima da cantora Cássia Eller, falecida em 2001, Karol frequentemente usa seus perfis para defender o presidente Jair Bolsonaro das acusações de homofobia, ao mesmo tempo em que acusa a esquerda e as minorias - entre elas, o próprio movimento LGBT - de "vitimismo" ou "mimimi".
Neste domingo 15/XII Karol foi ela própria vítima de homofobia: enquanto estava com sua namorada Suellen Santos em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, a youtuber foi xingada e atacada com socos e chutes por um homem que estava no mesmo estabelecimento.
O agressor disse, entre outras provocações, que Karol "não era mulher, era homem" e desferiu vários golpes contra a youtuber, que a deixaram com o rosto completamente desfigurado.
Karol diz que a homofobia é invenção da esquerda.
O agressor, provavelmente, é mais um "cidadão de bem" da extrema-direita.
Mais um "cidadão de bem"...
Como o ex-deputado federal Jean Wyllys relatou em seu blog, a youtuber "aprendeu da pior maneira que, sim, a homofobia existe e que os homofóbicos estão se sentindo mais livres para perpetrar violências contra LGBTs".
Ele continua: "trata-se da estratégia mais perversa contra as pessoas LGBTs: ao mesmo tempo que negam a homofobia, acusando o movimento LBTQ de 'vitimista' ou 'gayzista' por denunciá-la, os bolsonaristas a perpetram de diversas maneiras".
Em tempo: o presidente Jair Bolsonaro - que já disse, no passado, que "ter filho gay é falta de porrada" e que seria incapaz de amar um filho homossexual -, apesar de tão presente nas redes sociais, ainda não se pronunciou sobre o caso.
Em tempo2: a cada 20 horas, uma pessoa morre vítima de homofobia no Brasil.
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