Mãe de Ágatha no 1º Natal sem a filha: a polícia não está aí para tirar a vida de inocentes!
(Reprodução/Twitter)
Quase cem dias após ver a filha Ágatha Félix, de apenas 8 anos, ser assassinada por um policial militar no Complexo do Alemão (RJ), Vanessa Félix ainda não voltou à casa onde morava com o marido e a filha. Teve neste mês, ao menos, um alento, após a Justiça aceitar a denúncia contra Rodrigo José de Matos Soares, cabo da PM, por homicídio duplamente qualificado.
"A rua estava cheia de gente, e ele atirou mesmo assim. Ele cometeu um erro, e com uma arma na mão não tem como voltar atrás. Ele tem que ser responsabilizado, porque a polícia não está aí para tirar a vida de inocentes, e sim para nos proteger. Nada vai trazer minha filha de volta, e não há como apagar da minha vida o que aconteceu, mas ele precisa responder pelo que fez", disse Vanessa ao jornal O Globo, em reportagem publicada nesta quarta-feira 25/XII.
"Só de falar em Natal, eu já estremeço. Eu ia tentar viajar, mas não acho que adianta a gente fugir. Teremos que encarar. Eu sei que minha filha ia querer que eu estivesse bem. Então, eu tenho que seguir, dia após dia", prosseguiu.
Vanessa estava ao lado de Ágatha quando a garota foi baleada nas costas. Segundo as investigações da Divisão de Homicídios, o policial atingiu Ágatha quando disparou contra dois homens que estavam em uma moto. Após meses de investigação, a polícia chegou ao nome de Rodrigo Soares, que foi afastado do policiamento nas ruas e teve o porte de arma suspenso. No entanto, nem a Polícia Civil, nem o Ministério Público pediram a prisão do PM.
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