Mandetta diz que Ministério da Saúde está "sob ocupação militar"
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (Créditos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde concedeu entrevista à agência AFP nesta sexta-feira, 19/VI.
Demitido pelo presidente Jair Bolsonaro em abril, - em meio à pandemia do coronavírus no Brasil - Mandetta classificou como "decepcionante" a conduta do governo federal perante a crise sanitária.
Mandetta criticou, em especial, a mudança no protocolo de uso da hidroxicloroquina para pacientes com covid-19, assinada pelo atual ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello.
"Dizíamos que só adotaríamos como uma recomendação no ministério quando houvesse a comprovação científica [da sua eficácia]", disse Mandetta. "Não é uma questão de torcer a favor ou contra. Vemos aqui uma estratégia militar nesse tipo de publicação, quando um presidente capitão propõe e um ministro general publica esse protocolo. Me parece o mais próximo de um estudo às cegas".
O ex-ministro continua: "eles [Bolsonaro e Pazuello] são duas pessoas que não têm nenhum compromisso com a área da saúde, eles têm compromisso com a área política e da lógica militar. Infelizmente o ministério da Saúde hoje não exerce hoje uma função de gestão da saúde, é um ministério sob ocupação militar".
Mandetta também comentou a forte militarização do Ministério da Saúde - o ministro Pazuello já nomeou mais de vinte membros do Exército para cargos importantes na pasta.
"Os médicos não sabem fazer guerra e os generais não sabem fazer saúde. A história vai dizer, os números vão dizer, desde que se tenha clareza e que não haja censura a eles", afirmou.
Leia a entrevista completa no UOL.
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