Manifestante antifascista perde emprego após peitar bolsonaristas em SP
Do UOL - Emerson Vitalino ganhou notoriedade ao participar de protesto contra o fascismo em São Paulo no último domingo (31). Mas a repercussão pode ter tido um impacto negativo em sua carreira. Desenvolvedor de software, ele teve seu contrato de trabalho rescindido um dia depois do protesto.
Emerson, que é diretor e conselheiro da torcida Gaviões da Fiel, além de lutador de muay thai, afirma que o motivo da rescisão foi sua participação no ato. O torcedor de 35 anos confirmou presença na manifestação antifascista e pró-democracia marcada para hoje (7) no Largo da Batata, em São Paulo.
Na semana passada, ele foi uma das figuras mais comentadas do protesto ao erguer o punho no meio da Avenida Paulista e repetir o gesto do grupo antirracista Panteras Negras. Ao mesmo tempo, foi xingado por manifestantes pró-governo que também estavam na avenida.
"Após toda a repercussão, as imagens chegaram no meu serviço", afirmou o torcedor, que era contratado como pessoa jurídica da multinacional Softtek, empresa de tecnologia fundada em 1982 no México, com filial em Barueri (SP).
Procurada, a Softtek negou que tenha rescindido o contrato de Emerson por razões políticas, mas disse que não comenta casos específicos. "Nossas políticas de RH cumprem os regulamentos e estão alinhadas ao nosso código de ética", diz breve nota enviada à reportagem.
(...) Emerson afirma que no meio da conversa o gerente mencionou sua participação no ato como o motivo da rescisão. "Ele acabou falando que foi porque eu estava na Paulista e mencionou um vídeo que eu tenho com o Lula. Vou entrar com uma ação na Justiça porque foi uma perseguição política. Ficou evidente para mim que foi por causa disso", declarou.
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