Médico rebate Damares: "é fake que a cloroquina cura"
O coordenador técnico do hospital regional da cidade de Floriano (PI), Justino Moreira, afirmou que é "fake" atribuir à cloroquina a cura de 20 pacientes que contraíram a Covid-19.
A informação é da Folha de S.Paulo.
A cidade piauiense, a 240 km da capital Teresina, recebeu a visita da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que foi buscar um protocolo de atendimento a pacientes infectados pelo novo coronavírus.
"Não tem comprovação científica? Como não tem? São milhares de páginas escritas por cientistas no mundo inteiro que o remédio dá certo, que a combinação de remédios... O que mais querem? Que um anjo desça do céu para dizer que o remédio dá certo?", disse a ministra na volta.
No entanto, o coordenador do hospital visitado por Damares afirma que o diferencial é a prescrição de corticoide e anticoagulante em pacientes que chegam à internação, evitando a UTI.
"Antes, a gente usava só a cloroquina na segunda fase [de internação], não adiantava, não. A pessoa evoluía mal e morria. Possivelmente, não é a cloroquina a responsável pelo resultado. Na fase grave, ela é insignificante, mas talvez na fase precoce ajude o organismo a se defender", afirmou Moreira à Folha.
"O tratamento é efetivo, porque o paciente melhora rápido. Mas não é a cloroquina que está resolvendo o problema, isso é fake. Na verdade pegaram uma parte do protocolo e disseram que é a cloroquina, mas não é", disse o médico ao jornal. O hospital tem recebido pacientes doMaranhão e do Pará.