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Ministra da Dilma: maior erro foi não peitar a Globo!

Menicucci: Golpe começou na bancada do PiG
publicado 14/03/2018
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A ex-ministra Eleonora Menicucci: hoje sabemos que quem puxou o coro contra Dilma no Itaquerão, na abertura da Copa, foi o Luciano Huck (Créditos: Gibran Mendes)

O Conversa Afiada reproduz trechos da entrevista de Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres do governo Dilma, ao portal Porém.net:

Porém.net:  Em que momento percebeu que a mídia tinha definitivamente embarcado no golpe?

Eleonora: Não teve um momento em que percebi. Eu acredito que desde a primeira eleição da presidenta Dilma a mídia se manifestou contrária. Eu me lembro perfeitamente de um ato de extrema misoginia. Foi quando a presidenta foi na bancada do Jornal Nacional, uma vez que foi em todas quando venceu a eleição em 2010, o Bonner quis dar um “beijinho” e ela estendeu a mão. Ele não faria isso com um homem e ficou super sem graça. O golpe não começou em 2014. Começou na Ação Penal 470 quando tentaram o impeachment do presidente Lula.

A mídia já se manifestou contrária ao PT e ao nosso governo. Mas ela ainda foi um pouco mais contida, mas batia muito no Lula. A Globo, sobretudo. Com a Dilma – essa é uma análise que faço a partir de hoje – isso ficou perceptível na Copa das Confederações, no momento em que surgem, em 2013, os movimentos de estudantes. Eles começam em São Paulo e então a direita, e hoje temos claro a participação dos Estados Unidos, entra e banca. Foi a dica para “ingovernabilidade”.

Eu dizia assim “eu estou mais preocupada em dar tudo certo na Copa do que ganhar a eleição”. Veja, eu. Por que? Pensava que caso desse tudo certo na Copa esta seria a vitória e assim a mídia pararia de bater. Quando a Dilma foi ao Itaquerão na abertura da Copa, que mandaram ela tomar naquele lugar eu não tive dúvida. Foi a elite branca e rica quem deu o tom. Hoje sabemos que o grito no Itaqueirão foi puxado pelo Luciano Huck.

Ainda tem o Aécio que foi o mentor disso tudo. Ele perde a eleição por muito pouco e entra com aquela história “Não vai ganhar, se ganhar não é diplomada, se for diplomada não toma posse e se tomar posse não governa”. Ele repetiu o Lacerda com o Getúlio. Então não tenho a menor dúvida da participação da mídia e em todos os textos que escrevo sobre o golpe eu destaco muito isso. 

(...) Porém.net: De um tempo para cá é possível perceber pessoas que sentem-se enganadas com esse mote do combate à corrupção, boa parte do chamado centro. A senhora não acredita que esse é um dos motivos para que as pessoas não estejam indo às ruas? Este sentimento de sentir-se enganado por um movimento político e midiático?

Eleonora: Claro. Veja bem, o nosso maior erro nos 13 anos de governo foi não ter feito o marco regulatório da mídia. Isso assumido pelo Lula, pela Dilma, por todo mundo. Perfeito? Nós possibilitamos o acesso da população de baixa renda aos bens de consumo, eletrodomésticos, televisão, telefone celular, internet, andar de avião, ir ao shopping. Não há dúvida. Mas, por exemplo, as mulheres que são donas de casa e ficam boa parte do dia com a televisão ligada o que elas ouvem? Quando chega em casa a noite me diga qual é o programa mais visto? Jornal Nacional. Então é a Globo. Essa frase “o povo não é bobo, fora a Rede Globo”, ela tem que ser fortalecida cada vez mais.

Existem pessoas que não tem outro meio de acesso à informação a não ser a televisão e a rádio e estão nas mãos de cinco famílias. O dia inteiro martelando. Primeiro a Dilma era ladra, não sei o que, aquela coisa de misoginia. O Lula era ladrão e não sei o que. Hoje eles estão começando a ficar na dúvida porque está muito claro que a perseguição é contra um lado, só contra o PT. Nem os outros partidos de esquerda, só contra nós. É para pegar o Lula e não é outra coisa.

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