Miliciano trabalhava para bicheiro quando foi "herói" de Bolsonaro
O miliciano Adriano da Nóbrega, morto no início deste mês na Bahia, trabalhava para contraventores no Rio de Janeiro quando recebeu homenagem do hoje senador Flávio Bolsonaro e foi defendido publicamente pelo atual presidente da suposta República, Jair Bolsonaro.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo neste sábado 29/II, a informação consta de depoimento prestado em 2008 pelo pecuarista Rogério Mesquita, ex-colaborador do grupo de Waldemiro Paes Garcia, o Maninho, um dos chefes do jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis no Rio.
À Polícia Civil, Mesquita contou que indicou Adriano para compor a segurança de Alcebíades Paes Garcia, irmão de Maninho, após a morte do contraventor e de seu pai, Waldomiro Garcia, o Miro, em 2004. Alcebíades foi morto na última terça-feira, quando teve o carro atingido por cerca de 20 disparos.
Diz a reportagem da Folha:
"Ele [Mesquita] não especificou a data em que indicou Adriano para compor o grupo de Bidi [como era conhecido Alcebíades], que naquele momento assumiu parte dos negócios da família. Mas disse ter ficado à frente dos negócios por apenas 'quatro meses'. Na época, Adriano teria participado do grupo mesmo estando preso, dando orientações para um preposto.
Vale lembrar que Jair Bolsonaro disse que, à época em que foi condecorado, Adriano era considerado um herói. O miliciano recebeu a medalha Tiradentes de Flávio em junho de 2005 e foi defendido por Jair em discurso na Câmara em outubro do mesmo ano, após ser condenado em processo de homicídio.