Monopólio do urânio não faz sentido. Olha o paredón ai...
Eles já entregaram tudo, como disse a trepidante TV Afiada.
E perguntava por onde andavam os militares nacionalistas e respondia: estão no Bal Harbour, em Miami, para comprar o enxoval do neto que está para nascer.
Um desses militares, porém, não saiu do Brasil.
É o almirante Bento Costa de Albuquerque que administra o Ministério das Minas, sucessor do gatinho angorá e, portanto, como o antecessor, vai rifar a Petrobras e... o urânio.
(Espera-se que o almirante não tenha um cofrinho no gabinete ao lado, como o FHC dizia que o gatinho não dispensava...)
Como se sabe, o Brasil é um dos pouquíssimos países do mundo que tem urânio (em abundância) e, graças ao almirante Othon Silva, sabe beneficiar urânio.
Essa invejável vantagem estratégica será jogada ao mar - ou ao cofrinho do gatinho.
Pra que ter bomba atômica, não é isso?
Os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Rússia, a China, a Índia, o Paquistão e Israel, como sabe, nem querem ouvir falar nisso.
O Brasil prefere lançar balão nas festas de São João.
Parece ser o caso do almirante Albuquerque, nessa entrevista a Maria Cristina Fernandes, no PiG cheiroso:
Monopólio da União sobre urânio já não faz sentido, diz ministro
Bento Costa de Albuquerque Júnior foi recebido com ceticismo no mercado pelas insígnias nacionalistas de almirante que havia comandado os mais estratégicos projetos da Marinha. Cinco meses depois de assumir o Ministério das Minas e Energia, o almirante de esquadra reformado já mostrou que seu projeto para a pasta não colide com a abertura ao capital privado e estrangeiro, a começar por seu conceito de soberania: "Não adianta dizer que esta riqueza é sua se o país não tem condições de explorá-la e protegê-la".
O conceito se aplica a toda a exploração das riquezas minerais do país, até mesmo às reservas de urânio, o único minério sobre o qual a União ainda tem monopólio constitucional. Ressalva ser esta uma opinião pessoal, não discutida no governo: "O Estado não deve ser dono de tudo, nem das empresas. Deve fomentar o investimento e aprimorar a regulamentação e a fiscalização. Não é o monopólio que garante a soberania, mas a capacidade de explorar as riquezas do país e defender seus interesses".
Nos planos do ministro estão parcerias público-privadas para a exploração das minas de urânio de Caetité (BA) e Santa Quitéria (CE), a partir de modelos regionalizados, e a negociação dos intricados entraves ambientais para sua exploração, hoje paralisada. A retomada da exploração de ambas, diz, passará pelo estabelecimento de parcerias externas.
Bento Albuquerque vê ainda um interesse crescente do capital estrangeiro pelo investimento em Angra 3. A modelagem financeira para o investimento ainda não está pronta, mas a indefinição não tem desestimulado as consultas. Diz ter recebido relatos concretos desse interesse do secretário-executivo adjunto do Ministério das Minas e Energia, Bruno Eustáquio, que esteve recentemente com o vice-presidente Hamilton Mourão em viagem à China.
A China, disse, tem 45 usinas de geração de energia nuclear e dez em construção. Hoje 12% de sua geração de energia elétrica tem origem nuclear e o objetivo é chegar a 25%, mesmo patamar dos Estados Unidos. Aos investidores daquele país, Eustáquio apresentou o planejamento de leilões para o setor. "Eles estão interessados em todas as áreas de geração de energia e, particularmente, na energia nuclear", diz. Segundo o ministro, até junho será definido o modelo de licitação internacional para a escolha do parceiro de Angra 3.
Ocupante de alguns dos principais cargos no comando do projeto nuclear do país, chegando à Diretoria-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Bento Albuquerque participou da parceria estratégica entre o Brasil e a França para o desenvolvimento do submarino a propulsão nuclear. Conhece, portanto, a renitente resistência de setores da Marinha à assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O protocolo ampliaria as inspeções internacionais às quais o país teria que se submeter.
Enfrenta-a com o argumento de que o protocolo não pode ser imposto ao Brasil, um país que tem reservas e domina a tecnologia de enriquecimento, da mesma maneira que o é a outros países sem os mesmos predicados. "O Brasil é um país nuclear", diz. Não descarta, porém, que, negociadas salvaguardas nos anexos, o país possa vir a negociar uma adesão ao protocolo. Pretende repetir, este ano, as visitas anuais que tem feito à Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena.
Sua concepção de soberania também molda o futuro que projeta para a Petrobras. Com a venda das refinarias programada para junho, Bento acredita que a estatal poderá se dedicar à sua vocação, a exploração offshore em águas profundas a partir do direito de preferência do pré-sal.
Desde a posse, relatou, já teve oportunidade de encontrar os presidentes mundiais de três das maiores petrolíferas do mundo, BP, Shell e Exxon, todas demonstraram interesse em ampliar as parcerias com a Petrobras no pré-sal. O presidente da Exxon, particularmente, teria dito ao presidente Jair Bolsonaro, segundo seu relato, que o pré-sal é a área de maior produtividade mundial da indústria de petróleo, o que torna mandatória a presença da empresa na região.
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Em tempo: sobre o "paredón" do título, consulte o trepidante ABC do C Af - PHA