Moro atribui massacre de Paraisópolis a "erro operacional"

O ministro da Justiça, Sergio Moro, atribuiu a um "erro operacional grave" da Polícia Militar as nove mortes de jovens em Paraisópolis, zona sul da cidade de São Paulo, na madrugada do domingo 1º/XII.

“Nesse caso em São Paulo, com todo respeito à Polícia Militar do Estado de São Paulo, realmente é uma corporação de qualidade, elogiada no país inteiro, aparentemente houve lá um excesso, um erro operacional grave que resultou na morte de algumas pessoas. Mas em nenhum momento ali existe uma situação de legítima defesa”, disse Moro em um evento promovido pelo jornal O Globo

Nove jovens morreram pisoteados e 12 ficaram feridos após ação da PM em um baile funk. Como o Conversa Afiada informou ontem, o advogado Dimitri Sales, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) de São Paulo, disse que sete das nove vítimas em Paraisópolis morreram no local da ação.

"Esses corpos não poderiam ter sido levados para hospitais. Isso alterou a cena do crime. O que houve foi um massacre", disse Sales, que ainda afirmou que as declarações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), estimulam a violência institucional da PM.

Para Sales, o modo como ocorreram as mortes, sem disparos, pode apontar para um novo padrão de violência policial que tornaria ainda mais difícil a identificação de autoria.