Moro, quem sabe da Andrade é o Dantas...
O Dr Moro é um Valente!
(“Valente” com caixa alta, por favor, revisor. Obrigado.)
Moro ignorou o Ministério Público da Suíça e incorporou à ação contra a Odebrecht documentos ilegais (na Suíça; no Paraná ele legaliza o que quiser!).
Não avisou ao juiz do Rio que tinha concedido prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica e tudo, ao dirigente da Andrade e o juiz do Rio encanou o dirigente da Andrade, mesmo preso.
O Moro tem essa mania: prender preso…
Mas, ele tem as suas idiossincrasias, como se sabe.
Com o pedalinho de cisne ele é um tigre.
Agora, com os lavadores de dinheiro naquele edifício do Guarujá, ali ele fala manso e o Conexões Tigre não vaza nada!
O Dr Moro já teve a rara oportunidade de esbarrar no Ínclito banqueiro Daniel (Valente) Dantas, quando se debruçou sobre as eficientes atividades do Tiaguinho Cedraz no Superior Tribunal de Justiça.
Mas, é assim mesmo, não é, amigo navegante?
O Presidente Barbosa também falava grosso com o bilionário Genoino e fino com o ínclito banqueiro!
Mas, vamos ver se o Dr Moro é Valente mesmo!
O Dr Moro quer pegar a Andrade para pegar o Lula, não é isso?
Quer pegar a Andrade do Oiapoque ao Chuí, porque ele se considera o Corregedor Geral da República.
Vamos ver se é isso mesmo, ou se ele joga para a arquibancada do PiG…
Amigo navegante atento e de boa memória recuperou excelente trabalho do admirável repórter Samuel Possebon, da Teletime, sobre Daniel Valente Dantas, a Andrade e Angra, no cenário paradisíaco (sem trocadilho) de Nova York.
O Dr Moro e o Dr Janot – esse do Nassif - não precisam se preocupar, porque a Andrade prometeu não delatar o Aecím: até prova em contrário, Aecím não é chato.
Mas, se o Dr Moro está mesmo interessado em encanar a Andrade e o Lula, numa cela só, poderia ter uma conversinha com o Dantas.
Antes que ele consiga dois HCs Canguru, como aquele que a Globo censurou, aqui no Conversa Afiada!
Caso Opportunity: Dantas ataca Andrade Gutierrez na Justiça de Nova York
O Opportunity passou a adotar a estratégia de insinuar o envolvimento da Construtora Andrade Gutierrez, acionista da Telemar, e a própria operadora, em uma suposta conspiração promovida por "integrantes do Partido dos Trabalhadores" para tirar o grupo de Daniel Dantas da gestão da Brasil Telecom. As acusações apareceram no documento "Defendant Opportunity Fund's Answer to the Fourth Amended Complaint and Counterclaims", apresentado pelo Opportunity Fund à Justiça de Nova York e com data de 2 de julho, mas que ficou público apenas no dia 10 deste mês.
Na ação em Nova York, movida pelo Citibank contra Dantas e onde são pedidos pelo menos US$ 300 milhões em indenização para o banco norte-americano por danos causado na gestão do Opportunity sobre os recursos do Citi, Dantas está em uma situação complicada. Até agora, o juiz do caso, Lewis Kaplan, não deu nenhuma decisão favorável a Dantas. As acusações do Opportunity variam conforme o momento. As que estão sendo feitas agora contra a Andrade Gutierrez foram omitidas em outras acusações.
Vale dizer que são acusações sempre indiretas (sem citar o nome da empresa) e sem apresentar absolutamente nenhuma evidência. Elas vêm no contexto em que o Opportunity tenta vender a tese ao juiz Lewis Kaplan que houve uma grande manobra política, articulada pelos fundos de pensão e envolvendo tráfico de influência e corrupção para tirar o Opportunity da gestão das empresas e dos recursos dos fundos e para forçar o rompimento com o Citibank.
Nas acusações que faz agora, o Opportunity Fund, sem apresentar nenhuma evidência, diz que "antes de o novo governo formalmente tomar posse, em 1 de janeiro de 2003, um dos principais acionistas indiretos da Telemar (…) disse a um executivo da Telecom Italia que ele seria há muito tempo doador do PT e teria acordos já negociados para indicar pessoas para cargos proeminentes e que estas pessoas buscavam esquemas no novo governo que favoreceriam a Telemar em detrimento de competidores como a Brasil Telecom. Ele também disse que fez um acordo com políticos do PT para mudar a gestão da Previ e de outros fundos de pensão e que a Previ assumiria a função de atacar o Opportunity". É público que a Andrade Gutierrez é financiadora de campanhas políticas, incluindo campanhas do PT, conforme os registros do TSE.
Mais adiante nas suas insinuações, o Opportunity diz que "contratou um ex-diretor de um dos acionistas da Telemar como consultor para explicar as relações promíscuas e inter-relacionadas entre um controlador da Telemar, membros do governo e seu 'modus operandi' impróprio para financiamento de campanha e benefícios políticos. Esse consultor passou muitos detalhes sobre como esse esquema funcionava. Por exemplo, ele passou informações sobre como o esquema funcionava no contexto desde as telecomunicações até conspirações na indústria de energia nuclear, em que uma usina nuclear da qual ele havia participado das discussões havia sido recentemente aprovada". Como se sabe, a Andrade Gutierrez tem interesse na construção da usina nuclear de Angra-3. Já o misterioso consultor, que o Opportunity não diz quem é, poderia ser Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom Participações até 2005. Braz foi contratado na época por Dantas e anteriormente havia sido executivo da Andrade Gutierrez.
Fusão
Mas as insinuações do Opportunity não param por aí. O grupo de Daniel Dantas diz ainda que toda a suposta conspiração para derrubá-lo teria como pano de fundo uma eventual fusão entre Brasil Telecom e Telemar. Nesse sentido, o Opportunity escreveu à Justiça de Nova York: "A conduta dos executivos dos fundos de pensão que tinha como objetivo remover o Banco Opportunity em suporte ao objetivo de facções do governo, que esperavam usurpar o controle da joint venture para que pudessem satisfazer objetivos políticos e acordos. Em particular, o controle da Brasil Telecom permitiria aos gestores dos fundos de pensão tomar iniciativas em benefício de objetivos políticos e financiadores privilegiados e aliados de certos membros do governo, como a Telemar. Um dos acionistas controladores da Telemar é o principal doador do PT e teria benefícios de uma transação politicamente motivada entre a Brasil Telecom e a Telemar que os fundos de pensão e facções políticas do governo estariam perseguindo. Essa transação não só é do interesse da Brasil Telecom como está em desacordo com a Lei", escreve o Opportunity. Vale lembrar que o próprio Citibank, em resposta a este documento do Opportunity Fund, explica que nunca houve nenhuma joint venture, e sim um contrato de gestão de recursos, rompido em função de fraude e quebra de dever fiduciário por parte do Opportunity.
O grupo de Dantas segue na linha de ataque contra a Telemar e a Andrade Gutierrez, e escreve: " (…) os fundos de pensão abriram discussões com a Telemar, onde os fundos têm participação de controle. Como já dissemos, a venda da Brasil Telecom para a Telemar é proibida. Os fundos estão, contudo, buscando a venda da Brasil Telecom para indivíduos politicamente favorecidos e entidades, tais como os controladores da Telemar". Vale lembrar que o primeiro a falar em fusão entre Telemar e Brasil Telecom foi o próprio Daniel Dantas, em entrevista ao Jornal Valor, em 2001. Dantas também tentou entrar no controle da Telemar adquirindo a participação da Inepar, ato considerado irregular pela Anatel, que determinou a perda dos poderes de controle destas ações adquiridas pelo Opportunity em 1999.
Filho do presidente
As acusações feitas pelo Opportunity Fund contra a fusão entre Telemar e Brasil Telecom, com insinuações sem provas de favorecimentos políticos e corrupção, seguem em vários trechos do documento: " a Telemar armou a mudança das leis que proíbem a venda da Brasil Telecom para a Telemar tentando influenciar o governo Brasileiro por meio de um investimento com sobrepreço muito favorável (e corrupto) na empresa na qual o filho do Presidente do Brasil tinha participação. O esquema, no fim, desabou quando o investimento da Telemar na empresa do filho do presidente e os esforços para mudar a lei permitindo a Telemar comprar a Brasil Telecom vieram a público". As acusações se referem ao caso da empresa Gamecorp, em que o filho do presidente Lula tem participação. A Gamecorp foi oferecida também para a Brasil Telecom. Para finalizar suas acusações, Dantas diz que "o Citibank e os esforços dos fundos CVC para avançar com o objetivo político da venda da Brasil Telecom para a Telemar continuam até hoje. Por exemplo, novos esforços para mudar a lei que proíbe a transação da Telemar estão em andamento e esperam que o esquema político seja reavivado".
Procurados por esta reportagem, Telemar e Andrade Gutierrez preferiram não comentar as acusações.
Coincidências
As acusações de Dantas na Justiça de Nova York não trazem provas nem evidências. Mas 10 dias após o documento ser criado, ou seja, no dia 12 de julho, a Revista IstoÉ Dinheiro, assinada pelo jornalista Leonardo Attuch, trouxe reportagem de capa com Sérgio Andrade, presidente da Andrade Gutierrez, tratando, não em tom de denúncia, mas em tom laudatório, de suas conquistas junto ao governo Lula, dos negócios fechados pela construtora, das contribuições ao PT etc. São, exatamente, os pontos colocados por Dantas, que costuma anexar páginas e páginas de reportagens como evidências em suas ações.
Em outras ocasiões, Dantas também usou declarações feitas na Justiça de Nova York por alguma de suas empresas ou aliados para fazer pressão política sobre o governo. Por exemplo, na época da crise do mensalão, Dantas colocou um documento na Justiça de Nova York em que dizia ter sido extorquido pelo PT. A acusação apareceu às vésperas do depoimento dado pelo banqueiro à CPMI dos Correios.
A íntegra do documento apresentado por Dantas à Justiça de Nova York está disponível em www.teletime.com.br/arquivos/oppf_answer.zip